Os alunos da primeira turma da disciplina eletiva “Turismo e o Portador de Deficiência”, que está sendo ministrada pela UCS desde o início do semestre, têm subsídios suficientes para elaborar roteiros e atrações turísticas que atendam às necessidades especiais. A aula do dia 27 de abril foi realizada no auditório do Campus Universitário da Região dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, onde os acadêmicos tiveram oportunidade de entrevistar um grupo de pessoas com necessidades especiais para identificar as barreiras que dificultam o acesso ao turismo.
Divididos em grupos, os alunos conversaram com participantes do Centro Integrado de Portadores de Deficiência Física de Caxias do Sul – CIDeF da UCS, da União Brasileira de Cegos, acadêmicos portadores de deficiência auditiva, uma criança com Síndrome de Down e profissionais de Educação Física que atuam com pessoas com necessidades especiais.
A idéia de propiciar o contato dos alunos com os portadores de deficiência foi da professora da disciplina, Heloísa Santini, que no início do semestre já havia realizado uma experiência positiva, colocando os alunos em situações difíceis. Na oportunidade, alguns estudantes tiveram os olhos vendados, outros tiveram os membros imobilizados. O objetivo do trabalho, explica a professora, é fazer com que os futuros profissionais do turismo tenham consciência das dificuldades enfrentadas por esse público. “Estamos levando os alunos a uma reflexão sobre a necessidade de desenvolver roteiros específicos ou de adequar as condições físicas dos roteiros convencionais para que todas as pessoas tenham acesso”.
Para os deficientes visuais são objetos aéreos e a falta de preparo dos profissionais e dos estabelecimentos de turismo que causam transtornos. “Alguns hotéis instalam as televisões com altura muito baixa em relação ao teto e acabamos batendo a cabeça, mas o principal problema é a inexistência de cardápios e botões de elevadores, muito menos guias turísticos em braille”, enumera o presidente da União Brasileira de Cegos, Volmir Raimondi.
As principais dificuldades enfrentadas pelos cadeirantes são as barreiras arquitetônicas. Mesmo em estabelecimentos que possuem rampas e elevadores, às vezes pecam em detalhes que para o deficiente são fundamentais. “No Brasil, a maioria dos hotéis tem banheiros com portas muito estreitas”, comenta a tenista de mesa para-desportiva do Programa UCS Olimpíadas, Rosângela Dalcin, que também destacou a escassez de ônibus adaptados para os cadeirantes. “Mas as coisas estão melhorando porque os profissionais do turismo estão se dando conta que o deficiente também é um consumidor, que precisa de lazer e com isso gera renda e emprego”.
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