Janaína Cunha Melo - EM Cultura
Domingo, Herbert Vianna (C) e Os Paralamas do Sucesso fazem show no Palácio das ArtesA música não apenas faz parte da vida de Herbert Vianna. “Ela é, verdadeiramente, o ar que respiro, assim como meus filhos representam o sol de cada manhã”, diz o compositor, que participa da programação da 3ª Jornada da Inclusão da Pessoa com Deficiência – Vitória pela Arte. O show em que ele e Os Paralamas do Sucesso receberão convidados como Gilberto Gil será realizado domingo, com entrada franca, no Grande Teatro do Palácio das Artes. A programação começa nesta sexta-feira, com o espetáculo Somos todos brasileiros, nas dependências da Fundação Clóvis Salgado.Todos os artistas envolvidos no evento, com curadoria de Marcos Frota, são pessoas com necessidades especiais e comprovam o potencial humano de superar limites. Na avaliação de Herbert Vianna, projetos como este são fundamentais para mostrar como a arte é importante e pode mudar, de forma definitiva, a vida das pessoas. Depois do acidente de ultraleve em 2001, no litoral do Rio de Janeiro, em que ele perdeu a mulher, Lucy, e que lhe deixou seqüelas irreversíveis, o artista passou a conhecer os desafios impostos pelo comportamento social pouco favorável aos deficientes.Para o líder de um dos grupos de rock mais populares do país, o preconceito continua e é o principal problema a ser enfrentado. Somada a ele, observa Vianna, está a ausência de um programa nacional que vise a dar acesso amplo aos cadeirantes. “Sem isso, não é possível nos locomovermos em todos os lugares públicos”, observa. Essa e outras questões serão lembradas neste fim de semana, durante a jornada, por palestras, seminários e pelas atrações artísticas. O encontro terá ambiente de celebração e de festa para comemorar as conquistas, sem espaço a lamentos. Apesar das dificuldades, diz Marcos Frota, todos estão empenhados em encontrar saídas, de preferência coletivas e com auto-estima elevada. Outro símbolo de superação, o maestro João Carlos Martins, autor do livro A saga das mãos (Editora Elsevier), também vai se apresentar na capital. Ele regerá a Orquestra Bachiana Jovem amanhã, em O quebra-nozes, que será dançado pela Cia Balé de Cegos Fernanda Bianchini, com participação da bailarina Ana Botafogo. Eles acabam de realizar ensaio geral aberto, comovendo platéia e artistas. “Foi uma experiência de pura emoção. Elas demonstram alegria imensa porque se sentem rainhas no palco. É um momento de grande felicidade e determinação”, adianta o regente. Martins, um dos maiores intérpretes ao piano do compositor barroco Johann Sebastian Bach, teve sucessivos problemas nas mãos. Eles dificultaram sua performance, mas não o impediram de continuar se dedicando à música de forma obstinada. Sua história de vida, apresentada em palestras, inspira jovens e adultos, portadores ou não de necessidades especiais. “Quando a gente vê tanta gente reunida, com problemas diferentes, realizando um evento deste porte e com esta qualidade, se sente pequeno diante da capacidade de cada um”, diz.
Fonte
http://www.new.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_19/2008/12/18/ficha_musica/id_sessao=19&id_noticia=6051/ficha_musica.shtml
Este espaço é para ser compartilhado entre aqueles que acreditam que incluir é respeitar o outro e a si mesmo, contribuindo para a construção de uma sociedade justa e plena! "Este espacio es para ser compartido por quienes creen que incluir y respetar a otros o a así mismos, contribuye a construir una sociedad más justa y plena" Prof. Saulo C Silva
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Pesquisa revela barreiras de artista com deficiência
Raquel do Carmo Santos
Os artistas com deficiência física e mental ainda esbarram em muitas dificuldades para se desenvolverem na carreira artística. A exemplo de outras áreas, eles encontram seu espaço em grupos restritos de atuação, cujo foco é a inclusão social desta população e a militância por acesso aos direitos. Esta conclusão faz parte da pesquisa de mestrado de Nicole Somera, orientada pela professora Lucia Helena Reily e apresentada no Instituto de Artes (IA). Ela entrevistou lideranças e integrantes de oito grupos das áreas de música, artes plásticas, dança e teatro para investigar as interações do artista com deficiência no campo artístico. Trata-se do primeiro trabalho acadêmico que lança um olhar sobre a arte e deficiência, com foco no artista.
Os grupos entrevistados foram a “Associação dos Pintores com a Boca e com os Pés” e “Artes Táteis”, dedicados à escultura e pintura, respectivamente. No campo da dança, os grupos foram “Corpo em Movimento” (cadeirantes) e “Associação de Balé e Artes para Cegos Fernanda Bianchini”. A “Companhia de Arte Intrusa”, de Campinas, e “Companhia Mix Menestréis”, de São Paulo, são grupos entrevistados dedicados ao teatro. Na música, as “Ceguinhas de Campina Grande” e “Surdodum”, de Brasília, também fizeram parte da pesquisa.
“Num primeiro momento quis saber se a formação artística acadêmica contribuía para legitimação destas pessoas como artistas”, explica Nicole. A questão, no entanto, acabou enveredando para outra perspectiva ao constatar que grande parte dos entrevistados não possuía um curso técnico ou faculdade específica em arte. A maioria, segundo o estudo, teve uma formação precária do ponto de vista acadêmico. “Faltam condições e oportunidades para o desenvolvimento artístico, bem como acesso ao consumo de bem cultural ou o trânsito em ambientes artísticos de sua área”, explica.
No levantamento de informações, Nicole identificou que o grupo no qual os artistas estão inseridos constitui o único espaço de oportunidades mais amplas e aonde torna a arte acessível. “Fora deste espaço, as dificuldades são inúmeras, levando inclusive à falta de perspectiva de se ampliar a formação acadêmica”, destaca.
Uma questão que confirmou a tese inicial de Nicole foi o fato de a maioria das lideranças desses grupos serem pessoas sem nenhum tipo de deficiência. “As pessoas com deficiência recebem uma formação menos qualificada, coisa que não acontece, normalmente, com os líderes que têm uma formação melhor”, explica.
Segundo Nicole, os mais qualificados estão nas lideranças, e são pessoas sem deficiência porque não encontram, no seu caminho de formação e qualificação, os entraves impostos à deficiência. A inclusão social, nos grupos, se sobrepõe à questão artística. Estas pessoas e seus grupos, de acordo com Nicole, circulam no ambiente da inclusão da pessoa com deficiência pela arte.
“Trata-se de um circuito restrito que legitima seus membros através de mecanismos próprios, como concursos de arte para pessoas com deficiência, espaços exclusivos de apresentação ou temáticas artísticas com o intuito de ressaltar o tema da inclusão social destes indivíduos”.
Fonte: Jornal da Unicamp
Os artistas com deficiência física e mental ainda esbarram em muitas dificuldades para se desenvolverem na carreira artística. A exemplo de outras áreas, eles encontram seu espaço em grupos restritos de atuação, cujo foco é a inclusão social desta população e a militância por acesso aos direitos. Esta conclusão faz parte da pesquisa de mestrado de Nicole Somera, orientada pela professora Lucia Helena Reily e apresentada no Instituto de Artes (IA). Ela entrevistou lideranças e integrantes de oito grupos das áreas de música, artes plásticas, dança e teatro para investigar as interações do artista com deficiência no campo artístico. Trata-se do primeiro trabalho acadêmico que lança um olhar sobre a arte e deficiência, com foco no artista.
Os grupos entrevistados foram a “Associação dos Pintores com a Boca e com os Pés” e “Artes Táteis”, dedicados à escultura e pintura, respectivamente. No campo da dança, os grupos foram “Corpo em Movimento” (cadeirantes) e “Associação de Balé e Artes para Cegos Fernanda Bianchini”. A “Companhia de Arte Intrusa”, de Campinas, e “Companhia Mix Menestréis”, de São Paulo, são grupos entrevistados dedicados ao teatro. Na música, as “Ceguinhas de Campina Grande” e “Surdodum”, de Brasília, também fizeram parte da pesquisa.
“Num primeiro momento quis saber se a formação artística acadêmica contribuía para legitimação destas pessoas como artistas”, explica Nicole. A questão, no entanto, acabou enveredando para outra perspectiva ao constatar que grande parte dos entrevistados não possuía um curso técnico ou faculdade específica em arte. A maioria, segundo o estudo, teve uma formação precária do ponto de vista acadêmico. “Faltam condições e oportunidades para o desenvolvimento artístico, bem como acesso ao consumo de bem cultural ou o trânsito em ambientes artísticos de sua área”, explica.
No levantamento de informações, Nicole identificou que o grupo no qual os artistas estão inseridos constitui o único espaço de oportunidades mais amplas e aonde torna a arte acessível. “Fora deste espaço, as dificuldades são inúmeras, levando inclusive à falta de perspectiva de se ampliar a formação acadêmica”, destaca.
Uma questão que confirmou a tese inicial de Nicole foi o fato de a maioria das lideranças desses grupos serem pessoas sem nenhum tipo de deficiência. “As pessoas com deficiência recebem uma formação menos qualificada, coisa que não acontece, normalmente, com os líderes que têm uma formação melhor”, explica.
Segundo Nicole, os mais qualificados estão nas lideranças, e são pessoas sem deficiência porque não encontram, no seu caminho de formação e qualificação, os entraves impostos à deficiência. A inclusão social, nos grupos, se sobrepõe à questão artística. Estas pessoas e seus grupos, de acordo com Nicole, circulam no ambiente da inclusão da pessoa com deficiência pela arte.
“Trata-se de um circuito restrito que legitima seus membros através de mecanismos próprios, como concursos de arte para pessoas com deficiência, espaços exclusivos de apresentação ou temáticas artísticas com o intuito de ressaltar o tema da inclusão social destes indivíduos”.
Fonte: Jornal da Unicamp
Arte também deve incluir deficientes”
Rodrigo Zavala
Uma pergunta invariável quando se vê o surpreendente trabalho de Egven Bavcar é, sem dúvida, como consegue fazê-lo. Cego após dois acidentes durante sua infância na Eslovênia (ex Iugoslávia), é um dos mais celebrados fotógrafos na Europa, além de ser uma figura que impressiona pela erudição e simplicidade. Com doutorado em história e filosofia, trabalhando também com cinema, ainda possui fluência em esloveno, servo-croata, alemão, inglês e francês.
Com obras em exposição no Centro Cultural Banco de Brasil, no Rio de Janeiro, Bavcar acha interessante quando o público estranha o fato do trabalho ser feito por um deficiente visual. “O visível e o visual são bem diferentes, não há razão para os cegos não produzam imagens, fotográficas ou não”, acredita.
Segundo o autor, os institutos para cegos podem e devem promover a prática da fotografia, motivados pelas possibilidades educativas, artísticas e terapêuticas. Mais do que isso, por uma questão estratégica: “a criação de imagens torna os cegos mais “visíveis” para os videntes. Minhas fotos traduzem as imagens que cria em minha mente, um olhar interior, meu terceiro olho.”
Todo o seu trabalho tem como base perverter o método de percepção estabelecido entre as pessoas que vêem e as que não. Luz e trevas, o visível e o invisível são os eixos de obras que demonstram um desejo interior de fazer imagens. “Minhas fotos são um desejo interior de repetir o impossível. De um longo adeus à luz.”
Assim, como a imaginação e a memória são suficientes para compor uma imagem, não há motivos para segregar pessoas deficientes de mais um espaço. “E isso não ocorre apenas na fotografia, mas nas artes em geral. Não podemos ver mais casos de artistas deficientes como exceções. A arte deve incluir a todos”, critica.
As escolas de fotografia, de cinema, de artes plásticas e desenho, nesse sentido, não apenas deveriam acolher candidatos cegos, mas pedir sua colaboração para tornar o campo visual “mas inteligível para aqueles que vêem”. É um antídoto natural para a cegueira criada pelo mundo visual.
“Em lugar de viver por nosso corpo, somos obrigados a existir por meio da percepção ocular, como se a própria realidade não bastasse mais. É um lógica estruturalmente idiota em um mundo oculocêntrico. A vida como tal torna-se um espetáculo, e o espetáculo já é a vida no círculo vicioso das realidades virtuais”, explica.
Passos importantes já começam a ser dados, principalmente na França, país onde vive atualmente. “Alguns cinemas começam a adaptar os filmes para deficientes visuais. Com fones, eles podem acompanhar a descrição da cenas”.
Fonte:
http://www2.uol.com.br/aprendiz/guiadeempregos/eficientes/noticias/ge200505a.htm
Uma pergunta invariável quando se vê o surpreendente trabalho de Egven Bavcar é, sem dúvida, como consegue fazê-lo. Cego após dois acidentes durante sua infância na Eslovênia (ex Iugoslávia), é um dos mais celebrados fotógrafos na Europa, além de ser uma figura que impressiona pela erudição e simplicidade. Com doutorado em história e filosofia, trabalhando também com cinema, ainda possui fluência em esloveno, servo-croata, alemão, inglês e francês.
Com obras em exposição no Centro Cultural Banco de Brasil, no Rio de Janeiro, Bavcar acha interessante quando o público estranha o fato do trabalho ser feito por um deficiente visual. “O visível e o visual são bem diferentes, não há razão para os cegos não produzam imagens, fotográficas ou não”, acredita.
Segundo o autor, os institutos para cegos podem e devem promover a prática da fotografia, motivados pelas possibilidades educativas, artísticas e terapêuticas. Mais do que isso, por uma questão estratégica: “a criação de imagens torna os cegos mais “visíveis” para os videntes. Minhas fotos traduzem as imagens que cria em minha mente, um olhar interior, meu terceiro olho.”
Todo o seu trabalho tem como base perverter o método de percepção estabelecido entre as pessoas que vêem e as que não. Luz e trevas, o visível e o invisível são os eixos de obras que demonstram um desejo interior de fazer imagens. “Minhas fotos são um desejo interior de repetir o impossível. De um longo adeus à luz.”
Assim, como a imaginação e a memória são suficientes para compor uma imagem, não há motivos para segregar pessoas deficientes de mais um espaço. “E isso não ocorre apenas na fotografia, mas nas artes em geral. Não podemos ver mais casos de artistas deficientes como exceções. A arte deve incluir a todos”, critica.
As escolas de fotografia, de cinema, de artes plásticas e desenho, nesse sentido, não apenas deveriam acolher candidatos cegos, mas pedir sua colaboração para tornar o campo visual “mas inteligível para aqueles que vêem”. É um antídoto natural para a cegueira criada pelo mundo visual.
“Em lugar de viver por nosso corpo, somos obrigados a existir por meio da percepção ocular, como se a própria realidade não bastasse mais. É um lógica estruturalmente idiota em um mundo oculocêntrico. A vida como tal torna-se um espetáculo, e o espetáculo já é a vida no círculo vicioso das realidades virtuais”, explica.
Passos importantes já começam a ser dados, principalmente na França, país onde vive atualmente. “Alguns cinemas começam a adaptar os filmes para deficientes visuais. Com fones, eles podem acompanhar a descrição da cenas”.
Fonte:
http://www2.uol.com.br/aprendiz/guiadeempregos/eficientes/noticias/ge200505a.htm
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Deficientes conquistam mais espaço na universidade
Janeiro 27, 2009 ·
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Número de deficientes matriculados no Ensino Superior aumentaram cerca de 140% entre os anos de 2001 e 2006
Carolina CunhaAgência Anhangüera de Notícias
Embora tenha nascido com uma deformação na coluna, o estudante Thiago Assis dos Santos, de 23 anos, nunca usou a deficiência como barreira para não ingressar numa universidade e, por isso, pela terceira vez, concorre a uma vaga em pedagogia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para ele, o apoio familiar tem sido fundamental. “Eles sempre me ajudaram muito”, afirmou Santos. Ele acredita que neste ano terá o nome publicado na lista de aprovados. “Estou apostando nisso.”
Santos é apenas mais um exemplo do que vem ocorrendo em todo Brasil nos últimos anos: as pessoas com deficiência estão chegando cada vez mais no Ensino Superior. Prova disso são os dados do último censo divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) e elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep): o número de alunos com deficiência matriculados nas universidades de todo o País mais do que dobrou entre 2001 e 2006. As matrículas subiram cerca de 140%, de 5.540 em 2001 para 13.270 em 2006. Em São Paulo, a situação foi também positiva. O Estado registrou um aumento de 20,12%, subindo de 2.122 para 2.549 nestes cinco anos.
O crescimento de matrículas também foi maior nas instituições privadas. Em 2001, as universidades públicas contavam com 472 alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) e as privadas, 2.771. Já em 2006, as matrículas chegaram a 6.410 nas entidades particulares contra 2.380 nas públicas.
Apesar de o Inep não ter divulgado o número de alunos com deficiência matriculados por município, as instituições de Campinas comprovam a evolução. A Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) conta até com o Projeto de Acessibilidade (ProAces), que começou tímido em 1997, mas ganhou força com o passar dos anos e oferece atualmente suporte técnico e apoio pedagógico a estudantes com todos os tipos de deficiência ou com necessidades especiais.
“Não temos qualquer estudo que comprove o motivo desse aumento, mas notamos o crescimento na procura e no número de matrículas ano a ano”, afirmou a integradora acadêmica do ProAcess, Mônica Cristina Martinez de Moraes. Em 2002, a PUC-Campinas contava com 14 alunos com deficiência e, no passado, foram 35. “Acredito que esse aumento esteja ligado às iniciativas do MEC para inclusão e até mesmo pelo auxílio da mídia”, disse Mônica.
Entre as atividades desenvolvidas pelo programa estão apoio ao aluno com deficiência visual, transcrição de materiais para o sistema braile, grafia ampliada, intérprete de língua brasileira de sinais (libras), orientação para planejamento e execução de obras, de forma que sejam contempladas a acessibilidade e a locomoção das pessoas com deficiência física ou motora. “Além disso, entrevistamos o aluno para saber quais são suas reais necessidades e também damos assessoria para os professores, para que ministrem as aulas da melhor forma possível para todos”, afirmou Mônica.
Além da PUC-Campinas, a maioria das instituições de Ensino Superior de Campinas também já está preparada ou se adaptando gradativamente para receber cada vez mais estudantes com deficiência. A Faculdade Politécnica de Campinas (Policamp) conta hoje com dois alunos deficientes visuais (um parcial e outro total) matriculados em Direito. Para facilitar o aprendizado, foram instalados softwares específicos para ambos. No caso do aluno com deficiência visual parcial, o programa amplia a imagem e para o outro, lê os textos.
Apesar das adaptações constantes, o diretor da Policamp, Márcio Zuchini, acredita que o desafio ainda é grande para uma pessoa com deficiência ingressar na faculdade. “É muito mais difícil para os alunos deficientes conseguirem estudar porque ainda são poucas as escolas que oferecem suporte, embora haja leis para proporcionar isso. Nós, da Policamp, tentamos fazer o máximo para oferecer todo o suporte para esses alunos com o intuito de ajudá-los durante a sua formação acadêmica, prepará-los para o mercado de trabalho e terem a aquisição da cidadania plena”, explicou Zuchini.
Na Faculdade de Jaguariúna (FAJ), além da presença de dois alunos com deficiência auditiva, a instituição conta ainda com dois funcionários com deficiência física. Toda a escola foi adaptada com rampas e banheiros especiais para receber esses funcionários. Já os universitários contam com o apoio de duas professoras especializadas em libras e a instituição oferece cursos de capacitação.
‘Tenho limitações, mas não deixo de fazer nada’
Desde os 4 anos, Silvio Henrique Girotto, hoje com 29, convive com a visão parcial. Devido a uma alergia a um determinado medicamento na infância, ele passou a conviver com esse obstáculo. Formado em nutrição e atualmente estudante do 5º ano de Direito da Policamp, Girotto aprendeu a lidar com as dificuldades. “Hoje em dia, estou bem mais adaptado. Tenho as minhas limitações, mas não deixo de fazer nada.” As maiores dificuldades foram na época de escola, principalmente pelo fato de ainda não existir computador em sala de aula. “Antigamente, na minha época de escola, não era comum ter computador para os alunos. Depois que comecei a ter mais acesso, as coisas começaram a ficar bem mais fáceis”, disse Girotto. Porém, o universitário já tentou ir atrás de materiais específicos e não conseguiu. “Quando entrei no curso de Direito, liguei nas editoras para saber se elas disponibilizavam os livros em formato de CD para o computador, mas não tinham qualquer livro nesse formato. Ou seja, a minha dificuldade é maior, porque não tenho como aumentar o tamanho da letra, como poderia fazer no computador”, lamentou. Hoje, ele se sente feliz em estar no último ano de Direito e trabalhando na área. “Todo mundo pode conseguir o que quiser. Os obstáculos aparecem na vida de qualquer um, basta saber encarar e lutar pelos objetivos.” (Carolina Cunha/AAN)
SAIBA MAIS
No Brasil, o número de deficientes com idade entre 18 e 24 anos (geralmente, a idade de ingresso na faculdade) ultrapassava 1,6 milhão, segundo o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2000. A população total de deficientes era de mais de 24,6 milhões.
Fonte: http://www.cosmo.com.br/noticia/19935/2009-01-27/deficientes-conquistam-mais-espaco-na-universidade.html
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Número de deficientes matriculados no Ensino Superior aumentaram cerca de 140% entre os anos de 2001 e 2006
Carolina CunhaAgência Anhangüera de Notícias
Embora tenha nascido com uma deformação na coluna, o estudante Thiago Assis dos Santos, de 23 anos, nunca usou a deficiência como barreira para não ingressar numa universidade e, por isso, pela terceira vez, concorre a uma vaga em pedagogia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para ele, o apoio familiar tem sido fundamental. “Eles sempre me ajudaram muito”, afirmou Santos. Ele acredita que neste ano terá o nome publicado na lista de aprovados. “Estou apostando nisso.”
Santos é apenas mais um exemplo do que vem ocorrendo em todo Brasil nos últimos anos: as pessoas com deficiência estão chegando cada vez mais no Ensino Superior. Prova disso são os dados do último censo divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) e elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep): o número de alunos com deficiência matriculados nas universidades de todo o País mais do que dobrou entre 2001 e 2006. As matrículas subiram cerca de 140%, de 5.540 em 2001 para 13.270 em 2006. Em São Paulo, a situação foi também positiva. O Estado registrou um aumento de 20,12%, subindo de 2.122 para 2.549 nestes cinco anos.
O crescimento de matrículas também foi maior nas instituições privadas. Em 2001, as universidades públicas contavam com 472 alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) e as privadas, 2.771. Já em 2006, as matrículas chegaram a 6.410 nas entidades particulares contra 2.380 nas públicas.
Apesar de o Inep não ter divulgado o número de alunos com deficiência matriculados por município, as instituições de Campinas comprovam a evolução. A Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) conta até com o Projeto de Acessibilidade (ProAces), que começou tímido em 1997, mas ganhou força com o passar dos anos e oferece atualmente suporte técnico e apoio pedagógico a estudantes com todos os tipos de deficiência ou com necessidades especiais.
“Não temos qualquer estudo que comprove o motivo desse aumento, mas notamos o crescimento na procura e no número de matrículas ano a ano”, afirmou a integradora acadêmica do ProAcess, Mônica Cristina Martinez de Moraes. Em 2002, a PUC-Campinas contava com 14 alunos com deficiência e, no passado, foram 35. “Acredito que esse aumento esteja ligado às iniciativas do MEC para inclusão e até mesmo pelo auxílio da mídia”, disse Mônica.
Entre as atividades desenvolvidas pelo programa estão apoio ao aluno com deficiência visual, transcrição de materiais para o sistema braile, grafia ampliada, intérprete de língua brasileira de sinais (libras), orientação para planejamento e execução de obras, de forma que sejam contempladas a acessibilidade e a locomoção das pessoas com deficiência física ou motora. “Além disso, entrevistamos o aluno para saber quais são suas reais necessidades e também damos assessoria para os professores, para que ministrem as aulas da melhor forma possível para todos”, afirmou Mônica.
Além da PUC-Campinas, a maioria das instituições de Ensino Superior de Campinas também já está preparada ou se adaptando gradativamente para receber cada vez mais estudantes com deficiência. A Faculdade Politécnica de Campinas (Policamp) conta hoje com dois alunos deficientes visuais (um parcial e outro total) matriculados em Direito. Para facilitar o aprendizado, foram instalados softwares específicos para ambos. No caso do aluno com deficiência visual parcial, o programa amplia a imagem e para o outro, lê os textos.
Apesar das adaptações constantes, o diretor da Policamp, Márcio Zuchini, acredita que o desafio ainda é grande para uma pessoa com deficiência ingressar na faculdade. “É muito mais difícil para os alunos deficientes conseguirem estudar porque ainda são poucas as escolas que oferecem suporte, embora haja leis para proporcionar isso. Nós, da Policamp, tentamos fazer o máximo para oferecer todo o suporte para esses alunos com o intuito de ajudá-los durante a sua formação acadêmica, prepará-los para o mercado de trabalho e terem a aquisição da cidadania plena”, explicou Zuchini.
Na Faculdade de Jaguariúna (FAJ), além da presença de dois alunos com deficiência auditiva, a instituição conta ainda com dois funcionários com deficiência física. Toda a escola foi adaptada com rampas e banheiros especiais para receber esses funcionários. Já os universitários contam com o apoio de duas professoras especializadas em libras e a instituição oferece cursos de capacitação.
‘Tenho limitações, mas não deixo de fazer nada’
Desde os 4 anos, Silvio Henrique Girotto, hoje com 29, convive com a visão parcial. Devido a uma alergia a um determinado medicamento na infância, ele passou a conviver com esse obstáculo. Formado em nutrição e atualmente estudante do 5º ano de Direito da Policamp, Girotto aprendeu a lidar com as dificuldades. “Hoje em dia, estou bem mais adaptado. Tenho as minhas limitações, mas não deixo de fazer nada.” As maiores dificuldades foram na época de escola, principalmente pelo fato de ainda não existir computador em sala de aula. “Antigamente, na minha época de escola, não era comum ter computador para os alunos. Depois que comecei a ter mais acesso, as coisas começaram a ficar bem mais fáceis”, disse Girotto. Porém, o universitário já tentou ir atrás de materiais específicos e não conseguiu. “Quando entrei no curso de Direito, liguei nas editoras para saber se elas disponibilizavam os livros em formato de CD para o computador, mas não tinham qualquer livro nesse formato. Ou seja, a minha dificuldade é maior, porque não tenho como aumentar o tamanho da letra, como poderia fazer no computador”, lamentou. Hoje, ele se sente feliz em estar no último ano de Direito e trabalhando na área. “Todo mundo pode conseguir o que quiser. Os obstáculos aparecem na vida de qualquer um, basta saber encarar e lutar pelos objetivos.” (Carolina Cunha/AAN)
SAIBA MAIS
No Brasil, o número de deficientes com idade entre 18 e 24 anos (geralmente, a idade de ingresso na faculdade) ultrapassava 1,6 milhão, segundo o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2000. A população total de deficientes era de mais de 24,6 milhões.
Fonte: http://www.cosmo.com.br/noticia/19935/2009-01-27/deficientes-conquistam-mais-espaco-na-universidade.html
UFPI lança projeto para inclusão de deficientes
20/02/2006 - 18h26
O projeto “Universidade Inclusiva: uma realidade possível e necessária”, financiado pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação, tem por objetivo garantir o acesso e a permanência dos portadores de deficiência na Universidade Federal do Piauí. Executado pelo Núcleo de Estudos em Educação Especial e Inclusiva – NEESPI, o projeto será viabilizado pela Pró-Reitoria de Extensão, através da Coordenadoria de Programas e Projetos de Extensão da UFPI.
“Consideramos que não basta apenas a melhoria da qualidade de vida dos alunos no âmbito acadêmico, ainda que esta seja uma exigência imperiosa e imprescindível, mas deve-se partir de uma perspectiva mais ampla, envolvendo toda a comunidade universitária, de forma que haja uma conscientização efetiva por parte desta”, afirma a professora Ana Valéria Marques, coordenadora do projeto.
As ações a serem desenvolvidas referem-se a atividades que aliam ensino, pesquisa e extensão. No caso da extensão, pretende-se manter os cursos de LIBRAS e Braille para a comunidade universitária. Também serão oferecidos curso de informática para deficientes visuais e seminários destinados a desmistificar as idéias errôneas existentes acerca da deficiência, através da difusão de conhecimentos específicos.
Quanto ao ensino, serão promovidas palestras com os professores, de forma a aperfeiçoar práticas no acompanhamento pedagógico de deficientes. No que diz respeito à pesquisa, serão realizados estudos que permitam um maior conhecimento do universo dos alunos pertencentes ao quadro discente da universidade.
Nesse aspecto, a aquisição de equipamentos é de extrema relevância, tendo em vista que estes podem melhorar o desempenho acadêmico dos alunos portadores de deficiência. A UFPI tem como compromisso social também a realização de medidas que permitam o acesso a deficientes auditivos, através da contratação de intérpretes que atuem desde o momento do vestibular até o acompanhamento desses alunos no cotidiano acadêmico.
O lançamento do projeto acontecerá com a realização de um seminário sobre Inclusão Universitária, no dia 15 de março, no Auditório Salomé Cabral. A conferência de abertura será proferida pela Profª Drª Albertina Mitjáns Martinez, da Universidade de Brasília.Informações: 3233-9338 / 9977-2371 (Prof ª Ana Valéria)
Fonte
http://www.ufpi.br/noticia.php?id=390
O projeto “Universidade Inclusiva: uma realidade possível e necessária”, financiado pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação, tem por objetivo garantir o acesso e a permanência dos portadores de deficiência na Universidade Federal do Piauí. Executado pelo Núcleo de Estudos em Educação Especial e Inclusiva – NEESPI, o projeto será viabilizado pela Pró-Reitoria de Extensão, através da Coordenadoria de Programas e Projetos de Extensão da UFPI.
“Consideramos que não basta apenas a melhoria da qualidade de vida dos alunos no âmbito acadêmico, ainda que esta seja uma exigência imperiosa e imprescindível, mas deve-se partir de uma perspectiva mais ampla, envolvendo toda a comunidade universitária, de forma que haja uma conscientização efetiva por parte desta”, afirma a professora Ana Valéria Marques, coordenadora do projeto.
As ações a serem desenvolvidas referem-se a atividades que aliam ensino, pesquisa e extensão. No caso da extensão, pretende-se manter os cursos de LIBRAS e Braille para a comunidade universitária. Também serão oferecidos curso de informática para deficientes visuais e seminários destinados a desmistificar as idéias errôneas existentes acerca da deficiência, através da difusão de conhecimentos específicos.
Quanto ao ensino, serão promovidas palestras com os professores, de forma a aperfeiçoar práticas no acompanhamento pedagógico de deficientes. No que diz respeito à pesquisa, serão realizados estudos que permitam um maior conhecimento do universo dos alunos pertencentes ao quadro discente da universidade.
Nesse aspecto, a aquisição de equipamentos é de extrema relevância, tendo em vista que estes podem melhorar o desempenho acadêmico dos alunos portadores de deficiência. A UFPI tem como compromisso social também a realização de medidas que permitam o acesso a deficientes auditivos, através da contratação de intérpretes que atuem desde o momento do vestibular até o acompanhamento desses alunos no cotidiano acadêmico.
O lançamento do projeto acontecerá com a realização de um seminário sobre Inclusão Universitária, no dia 15 de março, no Auditório Salomé Cabral. A conferência de abertura será proferida pela Profª Drª Albertina Mitjáns Martinez, da Universidade de Brasília.Informações: 3233-9338 / 9977-2371 (Prof ª Ana Valéria)
Fonte
http://www.ufpi.br/noticia.php?id=390
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Tráfico de órgãos: um problema muito sério no Brasil
Amigos,
Da lista de discussão: BIO-DIRETIO, recebemos informações importantes que nos chocam pela crueza com que o Crime Organizado trafica órgãos humanos como se fossem meras mercadorias de supermercado.
É de arrepiar!!
Saulo
De Celso GAli,
Sempre que se tenta investigar denúncias de tráfico de órgãos, jogam a investigação contra a fila de transplante. Na CPI fomos acusados de estar prestando um desserviço à sociedade. É um crime de alta complexidade que envolve médicos e outros profissionais de saúde” Dep. Neucimar Fraga, Presidente da CPI do Tráfico de Órgãos de 2004.
“Tráfico de órgãos é o terceiro crime organizado mais lucrativo no mundo. Só perde para o de drogas e o de armas”. A declaração é do coordenador de operações especiais de fronteiras da Polícia Federal, Mauro Sposito. (...)
http://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/02/12/trafico-de-orgaos-e-terceiro-crime-mais-lucrativo-segundo-policia-federal/
Tráfico de Órgãos: Família brasileira procura refúgio em Itália
http://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/02/12/trafico-de-orgaos-familia-brasileira-procura-refugio-em-italia/
Tráfico de órgãos pode movimentar 13 bilhões por ano
Mandado de injunção referente à doação de órgãos de feto anencéfalo é negado pelo STJ. O que este assunto tem a ver com tráfico de órgãos e tecidos?
http://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/02/10/mandado-de-injuncao-referente-a-doacao-de-orgaos-de-feto-anencefalo-e-negado-pelo-stj/
“O tráfico de órgãos humanos é um grande problema no Brasil, país onde desaparecem por ano cerca de 40 mil crianças, segundo as estatísticas oficiais.”
http://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/02/12/trafico-de-orgaos-familia-brasileira-procura-refugio-em-italia/
Anencefalia, morte encefálica, o Conselho Federal de Medicina e o STF
http://biodireitomedicina.wordpress.com/2008/12/29/anencefalia-morte-encefalica-e-o-conselho-federal-de-medicina/
Transplantes: Revista dos Anestesistas recomenda em Editorial realização de anestesia geral nos doadores para que não sintam dor durante a retirada de seus órgãos. Se estão mortos para que a recomendação de anestesia geral?
http://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/01/05/transplantes-revista-dos-anestesistas-recomenda-em-editorial-realizacao-de-anestesia-geral-nos-doadores-para-que-nao-sintam-dor-durante-a-retirada-de-seus-orgaos-se-estao-mortos-para-que-a-recomend/
Morte encefálica: o teste da apnéia somente é feito se houver a intenção de matar o paciente
http://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/01/11/morte-encefalica-o-teste-da-apneia-somente-e-feito-se-houver-a-intencao-de-matar-o-paciente/
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Da lista de discussão: BIO-DIRETIO, recebemos informações importantes que nos chocam pela crueza com que o Crime Organizado trafica órgãos humanos como se fossem meras mercadorias de supermercado.
É de arrepiar!!
Saulo
De Celso GAli,
Sempre que se tenta investigar denúncias de tráfico de órgãos, jogam a investigação contra a fila de transplante. Na CPI fomos acusados de estar prestando um desserviço à sociedade. É um crime de alta complexidade que envolve médicos e outros profissionais de saúde” Dep. Neucimar Fraga, Presidente da CPI do Tráfico de Órgãos de 2004.
“Tráfico de órgãos é o terceiro crime organizado mais lucrativo no mundo. Só perde para o de drogas e o de armas”. A declaração é do coordenador de operações especiais de fronteiras da Polícia Federal, Mauro Sposito. (...)
http://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/02/12/trafico-de-orgaos-e-terceiro-crime-mais-lucrativo-segundo-policia-federal/
Tráfico de Órgãos: Família brasileira procura refúgio em Itália
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Tráfico de órgãos pode movimentar 13 bilhões por ano
Mandado de injunção referente à doação de órgãos de feto anencéfalo é negado pelo STJ. O que este assunto tem a ver com tráfico de órgãos e tecidos?
http://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/02/10/mandado-de-injuncao-referente-a-doacao-de-orgaos-de-feto-anencefalo-e-negado-pelo-stj/
“O tráfico de órgãos humanos é um grande problema no Brasil, país onde desaparecem por ano cerca de 40 mil crianças, segundo as estatísticas oficiais.”
http://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/02/12/trafico-de-orgaos-familia-brasileira-procura-refugio-em-italia/
Anencefalia, morte encefálica, o Conselho Federal de Medicina e o STF
http://biodireitomedicina.wordpress.com/2008/12/29/anencefalia-morte-encefalica-e-o-conselho-federal-de-medicina/
Transplantes: Revista dos Anestesistas recomenda em Editorial realização de anestesia geral nos doadores para que não sintam dor durante a retirada de seus órgãos. Se estão mortos para que a recomendação de anestesia geral?
http://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/01/05/transplantes-revista-dos-anestesistas-recomenda-em-editorial-realizacao-de-anestesia-geral-nos-doadores-para-que-nao-sintam-dor-durante-a-retirada-de-seus-orgaos-se-estao-mortos-para-que-a-recomend/
Morte encefálica: o teste da apnéia somente é feito se houver a intenção de matar o paciente
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Que país é esse?
Amigos,
Lamentável mais esse caso de xenofobismo de um país que se diz "desenvolvido"!
Esperamos que o nosso Governo reaja a altura de quem defende os interesses dos seus cidadãos em qualquer lugar do mundo.
Abraços
13/02/2009 - 22h58
Madrasta diz que tem exames que comprovam gravidez de brasileira
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on error resume next
ShockMode = (IsObject(CreateObject("ShockwaveFlash.ShockwaveFlash.8")))
MARCO BAHÉcolaboração para a Agência Folha, em Recife
A família da advogada Paula Oliveira, 26, que afirma ter sido atacada por skinheads na Suíça, diz que pode provar que a pernambucana estava mesmo grávida de três meses no momento da agressão.
A madrasta dela, Jussara Britto, 48, diz que a jovem fez exames de ultrassonografia e de sangue que podem comprovar a gravidez. "Meu marido [o empresário Paulo Oliveira] está em contato com o médico que acompanhava a gravidez de Paula para juntar todas as provas", conta.
Leia íntegra do comunicado feito pela polícia de ZuriqueFamília e amigos rechaçam tese de automutilação
Reprodução/TV Globo
A advogada Paula Oliveira, 26, diz ter sido atacada por neonazistas nos arredores de Zurique, Suíça; polícia fala em automutilação
Ela acompanha o caso de Recife. E questiona a versão da polícia de Dubendorf (3 km de Zurique), que diz que Paula não estava grávida e que os diversos cortes podem ter sido feitos pela própria advogada.
"Desde o primeiro momento, antes de qualquer exame, a polícia está insistindo na tese de que ela se autoflagelou. É um absurdo e vamos provar que Paula está dizendo a verdade", diz a madrasta.
Segundo ela, o retorno da advogada ao Brasil, marcado inicialmente para o próximo dia 19, talvez tenha que ser adiado.
"Talvez ela só possa vir mesmo depois do Carnaval. Estamos esperando que ela fique bem física e emocionalmente para poder viajar. Também temos que esperar a liberação dela pelas autoridades suíças."
Agressão
Os advogados da advogada e a família afirmam que Paula foi atacada por três skinheads, em uma estação de trem em Zurique, depois de conversar com a mãe, pelo celular, em português. Segundo a versão apresentada pela brasileira, os skinheads teriam escrito símbolos nazistas com estiletes no corpo.
Várias fotos da agressão foram divulgadas, com os supostos ferimentos causados pelos skinheads nas pernas e nos braços da advogada. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, pediu para que o caso fosse investigado, mas afirmou que se tratava de um caso explícito de xenofobia.
O Itamaraty, por meio de sua assessoria de imprensa, informou nesta sexta-feira que deverá se pronunciar apenas após o fato ser apurado.
Leia mais sobre o caso
Embaixada da Suíça no Brasil confirma que brasileira não estava grávida
Distúrbios psicológicos podem desencadear automutilação, dizem especialistas
Perícia nega gravidez, mas investiga caso de brasileira ferida; família refuta autoflagelo
Madrasta diz que tem exames que comprovam gravidez de brasileira
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MARCO BAHÉcolaboração para a Agência Folha, em Recife
A família da advogada Paula Oliveira, 26, que afirma ter sido atacada por skinheads na Suíça, diz que pode provar que a pernambucana estava mesmo grávida de três meses no momento da agressão.
A madrasta dela, Jussara Britto, 48, diz que a jovem fez exames de ultrassonografia e de sangue que podem comprovar a gravidez. "Meu marido [o empresário Paulo Oliveira] está em contato com o médico que acompanhava a gravidez de Paula para juntar todas as provas", conta.
Leia íntegra do comunicado feito pela polícia de ZuriqueFamília e amigos rechaçam tese de automutilação
Reprodução/TV Globo
A advogada Paula Oliveira, 26, diz ter sido atacada por neonazistas nos arredores de Zurique, Suíça; polícia fala em automutilação
Ela acompanha o caso de Recife. E questiona a versão da polícia de Dubendorf (3 km de Zurique), que diz que Paula não estava grávida e que os diversos cortes podem ter sido feitos pela própria advogada.
"Desde o primeiro momento, antes de qualquer exame, a polícia está insistindo na tese de que ela se autoflagelou. É um absurdo e vamos provar que Paula está dizendo a verdade", diz a madrasta.
Segundo ela, o retorno da advogada ao Brasil, marcado inicialmente para o próximo dia 19, talvez tenha que ser adiado.
"Talvez ela só possa vir mesmo depois do Carnaval. Estamos esperando que ela fique bem física e emocionalmente para poder viajar. Também temos que esperar a liberação dela pelas autoridades suíças."
Agressão
Os advogados da advogada e a família afirmam que Paula foi atacada por três skinheads, em uma estação de trem em Zurique, depois de conversar com a mãe, pelo celular, em português. Segundo a versão apresentada pela brasileira, os skinheads teriam escrito símbolos nazistas com estiletes no corpo.
Várias fotos da agressão foram divulgadas, com os supostos ferimentos causados pelos skinheads nas pernas e nos braços da advogada. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, pediu para que o caso fosse investigado, mas afirmou que se tratava de um caso explícito de xenofobia.
O Itamaraty, por meio de sua assessoria de imprensa, informou nesta sexta-feira que deverá se pronunciar apenas após o fato ser apurado.
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Embaixada da Suíça no Brasil confirma que brasileira não estava grávida
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Perícia nega gravidez, mas investiga caso de brasileira ferida; família refuta autoflagelo
Fonte:
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Sinais da inclusão
Ainda é pequeno o índice de surdos nas universidades brasileiras. Apesar de portaria que obriga as instituições de ensino a terem em seu quadro intérpretes para passar o conteúdo das aulas.
Publicado em 15/02/2005 - 02:00
Não deixe de ler
Em busca de inclusão social plena
Acessibilidade física é o desafio
Por Renata Costa
O acesso de todos à Educação é mais do que uma meta governamental, deve ser um direito. As universidades brasileiras estão, pouco a pouco, abrindo suas portas para que isto aconteça e seja feito sem discriminação. Embora desde 1999 haja uma portaria do Ministério da Educação, a Portaria nº 1.679 , assegurando direitos no âmbito educativo aos portadores de alguma deficiência, apenas mais recentemente é que as instituições de ensino têm se estruturado a fim de cumpri-la. Hoje, a instituição com o maior número de surdos no país é a Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), no Rio Grande do Sul, com 85 alunos em 23 cursos diferentes.
Estruturar-se para incluir o surdo na universidade implica, em primeiro lugar, na contratação de profissionais intérpretes que possam acompanhar o aluno durante as aulas, interpretando em Libras ( Língua Brasileira de Sinais, considerada a segunda língua oficial do país) todo o conteúdo passado pelo professor em classe. Este direito é assegurado pelo MEC através da mesma portaria. (Atenção: todos os alunos surdos que precisam de um intérprete para compreensão do conteúdo ensinado em sala de aula podem exigir da instituição de ensino a contratação de um intérprete).
Mas é realmente possível interpretar todas as palavras e até mesmo termos técnicos em Libras? "Sim, interpreto tudo. Para os termos que ainda não possuem sinais correspondentes em libras, eu faço o alfabeto manual e crio, junto com o aluno surdo, um sinal específico para aquela palavra. Assim, da próxima vez que o professor usar o termo já teremos um sinal para ela", explica o pedagogo e intérprete das Faculdades e Centro de Formação Tecnológica Radial e da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), Rafael de Arruda Bueno José Miguel.
A doutora em Educação e professora do Departamento de Estudos Especializados em Educação da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Gladis Perlin, ela própria surda, vai mais além. "A língua de sinais tem todos os mecanismos para transmitir conceitos ou palavras compreensíveis. Com ela podemos discutir conceitos epistemológicos, teorias ou mesmo usar nosso lado poético", explica. "Acredito na potencialidade da língua que uso", afirma.
A necessidade, portanto, em contratar o intérprete para a sala de aula se dá pelo fato de os alunos surdos, além de obviamente não escutarem o que o professor diz, não terem domínio da leitura labial e nem da Língua Portuguesa. "Embora estejam cercados pelo Português, eles têm dificuldade de leitura, pois não conhecem muitas palavras. Isto acontece porque eles não as utilizam no dia-a-dia", explica Rafael.
Vestibular em Libras
Por conta desta dificuldade de leitura é que a inclusão do surdo na universidade exige, além do intérprete, um vestibular especial. "O surdo entende algumas palavras do exame, mas como não domina o Português, tem dificuldade de compreensão da prova. Por isso, no vestibular, é importante também a presença do intérprete para realizar em Libras a leitura das questões", explica o intérprete da Unicid (Universidade Cidade de São Paulo) e presidente da Associação dos Intérpretes e Guia-intérpretes do estado de São Paulo, Ricardo Sander.
Embora isto seja necessário, nem todas as instituições que já têm alunos surdos em seus quadros realizam um vestibular especial. O exemplo da Ulbra ainda não tem muitos seguidores. A prova, feita em uma sala separada com intérpretes, também recebe cuidado especial na hora de sua correção. "Temos uma doutora em Lingüística especialista em Libras que é responsável pela orientação dos professores para que estes corrijam a redação de forma correta", conta o coordenador do Ipesa (Instituto de Pesquisa em Acessibilidade) da Ulbra, o também intérprete e sociólogo, Ottmar Teske.
A correção da prova deve ser feita de maneira diferente, porque a construção da frase em Português pelo surdo é feita de maneira distinta do ouvinte. "Eles não usam tempo verbal e nem preposições", Teske cita como exemplo.
O trabalho da Ulbra com os alunos surdos começou em 1995, bem antes da portaria obrigatória, já que a instituição tem escola de primeiro e segundo graus com alunos com necessidades especiais. "Foi um espaço conquistado pelo movimento social", afirma Teske. Este ano foram 18 candidatos surdos no vestibular da instituição, e apenas a metade deles foi aprovada.
Ainda que seja a universidade com o maior número de alunos surdos, a procura é baixa, levando-se em conta que aproximadamente 2% da população brasileira é surda. Deste número, pouco mais de 1% se comunica por libras. Por isso a importância do intérprete que, em grande parte das instituições não é contratado para a função que exerce, mas em vagas de professores substitutos. "É praxe dizer que talvez seja melhor assim que nada, mas isto não está valorizando o profissional. O ideal é que nossas universidades o contratem em vagas específicas", defende a professora da UFSC, Gladis Perlin.
Gladis, que se diz realizada na profissão, dá aula na UFSC em Libras, tanto na graduação quanto na pós. "Minha disciplina visa o ensino da língua de sinais aos alunos ouvintes e requer professores surdos para isso. Na medida do possível levamos o aluno para uso desta língua, suprimindo o uso da língua oral. Os intérpretes atuam em alguns momentos, mas apenas para expor o programa da disciplina ou para considerações iniciais", explica.
Os intérpretes também têm um papel essencial na integração dos alunos surdos com os colegas e professores. Algumas instituições tentam minimizar o problema oferecendo cursos de libras para a comunidade acadêmica, a fim de que alunos, professores e funcionários também aprendam a se comunicar na língua de sinais. Com o tempo, a diferença fica bastante minimizada. A coordenadora pedagógica da área de surdez das Faculdades e Centro de Formação Tecnológica Radial (a entidade conta com quase 20 intérpretes em seu quadro), Ana Lídia Bastos Thalhammer, ela também surda, conta que hoje, 10 anos depois de sua contratação para assessorar professores sobre a deficiência dos alunos e as dificuldades destes em acompanhar as aulas, a convivência é tranqüila. "Na instituição todos já sabem que temos uma estrutura montada para o atendimento a estes alunos especiais e respeitam as limitações destes", conta.
Mais inclusão
Além da contratação e valorização do intérprete na instituição de ensino, há muitas outras atitudes a serem consideradas para a inclusão do aluno surdo. "A inclusão dele na universidade concorre para a inclusão social no geral", afirma Gladis. "Não estou dizendo que se deve integrar de qualquer jeito, mas que é necessário criar programas para o surdo entrar na universidade. O programa de conscientização para a diferença que caracteriza a alteridade surda precisa estar presente", defende a professora.
A posição ofical da Ulbra, segundo Teske, é de que a deficiência não está nas pessoas, mas na estrutura. "A inclusão é obtida se a universidade se incluir. Isto quer dizer que todos os funcionários, professores, reitor, pró-reitores e alunos precisam ter consciência de que a pessoa com deficiência é como qualquer outro estudante", afirma. O Ipesa está empenhado agora no projeto "Cantando as diferenças", que tem como premissa trazer ao conhecimento da sociedade e do estado as necessidades dos alunos com deficiências, através do trabalho cultural e social. "Se há deficiência, não é da pessoa, é da universidade", diz Teske.
Publicado em 15/02/2005 - 02:00
Não deixe de ler
Em busca de inclusão social plena
Acessibilidade física é o desafio
Por Renata Costa
O acesso de todos à Educação é mais do que uma meta governamental, deve ser um direito. As universidades brasileiras estão, pouco a pouco, abrindo suas portas para que isto aconteça e seja feito sem discriminação. Embora desde 1999 haja uma portaria do Ministério da Educação, a Portaria nº 1.679 , assegurando direitos no âmbito educativo aos portadores de alguma deficiência, apenas mais recentemente é que as instituições de ensino têm se estruturado a fim de cumpri-la. Hoje, a instituição com o maior número de surdos no país é a Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), no Rio Grande do Sul, com 85 alunos em 23 cursos diferentes.
Estruturar-se para incluir o surdo na universidade implica, em primeiro lugar, na contratação de profissionais intérpretes que possam acompanhar o aluno durante as aulas, interpretando em Libras ( Língua Brasileira de Sinais, considerada a segunda língua oficial do país) todo o conteúdo passado pelo professor em classe. Este direito é assegurado pelo MEC através da mesma portaria. (Atenção: todos os alunos surdos que precisam de um intérprete para compreensão do conteúdo ensinado em sala de aula podem exigir da instituição de ensino a contratação de um intérprete).
Mas é realmente possível interpretar todas as palavras e até mesmo termos técnicos em Libras? "Sim, interpreto tudo. Para os termos que ainda não possuem sinais correspondentes em libras, eu faço o alfabeto manual e crio, junto com o aluno surdo, um sinal específico para aquela palavra. Assim, da próxima vez que o professor usar o termo já teremos um sinal para ela", explica o pedagogo e intérprete das Faculdades e Centro de Formação Tecnológica Radial e da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), Rafael de Arruda Bueno José Miguel.
A doutora em Educação e professora do Departamento de Estudos Especializados em Educação da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Gladis Perlin, ela própria surda, vai mais além. "A língua de sinais tem todos os mecanismos para transmitir conceitos ou palavras compreensíveis. Com ela podemos discutir conceitos epistemológicos, teorias ou mesmo usar nosso lado poético", explica. "Acredito na potencialidade da língua que uso", afirma.
A necessidade, portanto, em contratar o intérprete para a sala de aula se dá pelo fato de os alunos surdos, além de obviamente não escutarem o que o professor diz, não terem domínio da leitura labial e nem da Língua Portuguesa. "Embora estejam cercados pelo Português, eles têm dificuldade de leitura, pois não conhecem muitas palavras. Isto acontece porque eles não as utilizam no dia-a-dia", explica Rafael.
Vestibular em Libras
Por conta desta dificuldade de leitura é que a inclusão do surdo na universidade exige, além do intérprete, um vestibular especial. "O surdo entende algumas palavras do exame, mas como não domina o Português, tem dificuldade de compreensão da prova. Por isso, no vestibular, é importante também a presença do intérprete para realizar em Libras a leitura das questões", explica o intérprete da Unicid (Universidade Cidade de São Paulo) e presidente da Associação dos Intérpretes e Guia-intérpretes do estado de São Paulo, Ricardo Sander.
Embora isto seja necessário, nem todas as instituições que já têm alunos surdos em seus quadros realizam um vestibular especial. O exemplo da Ulbra ainda não tem muitos seguidores. A prova, feita em uma sala separada com intérpretes, também recebe cuidado especial na hora de sua correção. "Temos uma doutora em Lingüística especialista em Libras que é responsável pela orientação dos professores para que estes corrijam a redação de forma correta", conta o coordenador do Ipesa (Instituto de Pesquisa em Acessibilidade) da Ulbra, o também intérprete e sociólogo, Ottmar Teske.
A correção da prova deve ser feita de maneira diferente, porque a construção da frase em Português pelo surdo é feita de maneira distinta do ouvinte. "Eles não usam tempo verbal e nem preposições", Teske cita como exemplo.
O trabalho da Ulbra com os alunos surdos começou em 1995, bem antes da portaria obrigatória, já que a instituição tem escola de primeiro e segundo graus com alunos com necessidades especiais. "Foi um espaço conquistado pelo movimento social", afirma Teske. Este ano foram 18 candidatos surdos no vestibular da instituição, e apenas a metade deles foi aprovada.
Ainda que seja a universidade com o maior número de alunos surdos, a procura é baixa, levando-se em conta que aproximadamente 2% da população brasileira é surda. Deste número, pouco mais de 1% se comunica por libras. Por isso a importância do intérprete que, em grande parte das instituições não é contratado para a função que exerce, mas em vagas de professores substitutos. "É praxe dizer que talvez seja melhor assim que nada, mas isto não está valorizando o profissional. O ideal é que nossas universidades o contratem em vagas específicas", defende a professora da UFSC, Gladis Perlin.
Gladis, que se diz realizada na profissão, dá aula na UFSC em Libras, tanto na graduação quanto na pós. "Minha disciplina visa o ensino da língua de sinais aos alunos ouvintes e requer professores surdos para isso. Na medida do possível levamos o aluno para uso desta língua, suprimindo o uso da língua oral. Os intérpretes atuam em alguns momentos, mas apenas para expor o programa da disciplina ou para considerações iniciais", explica.
Os intérpretes também têm um papel essencial na integração dos alunos surdos com os colegas e professores. Algumas instituições tentam minimizar o problema oferecendo cursos de libras para a comunidade acadêmica, a fim de que alunos, professores e funcionários também aprendam a se comunicar na língua de sinais. Com o tempo, a diferença fica bastante minimizada. A coordenadora pedagógica da área de surdez das Faculdades e Centro de Formação Tecnológica Radial (a entidade conta com quase 20 intérpretes em seu quadro), Ana Lídia Bastos Thalhammer, ela também surda, conta que hoje, 10 anos depois de sua contratação para assessorar professores sobre a deficiência dos alunos e as dificuldades destes em acompanhar as aulas, a convivência é tranqüila. "Na instituição todos já sabem que temos uma estrutura montada para o atendimento a estes alunos especiais e respeitam as limitações destes", conta.
Mais inclusão
Além da contratação e valorização do intérprete na instituição de ensino, há muitas outras atitudes a serem consideradas para a inclusão do aluno surdo. "A inclusão dele na universidade concorre para a inclusão social no geral", afirma Gladis. "Não estou dizendo que se deve integrar de qualquer jeito, mas que é necessário criar programas para o surdo entrar na universidade. O programa de conscientização para a diferença que caracteriza a alteridade surda precisa estar presente", defende a professora.
A posição ofical da Ulbra, segundo Teske, é de que a deficiência não está nas pessoas, mas na estrutura. "A inclusão é obtida se a universidade se incluir. Isto quer dizer que todos os funcionários, professores, reitor, pró-reitores e alunos precisam ter consciência de que a pessoa com deficiência é como qualquer outro estudante", afirma. O Ipesa está empenhado agora no projeto "Cantando as diferenças", que tem como premissa trazer ao conhecimento da sociedade e do estado as necessidades dos alunos com deficiências, através do trabalho cultural e social. "Se há deficiência, não é da pessoa, é da universidade", diz Teske.
Em busca de inclusão social plena
O que está sendo feito para que os deficientes visuais possam interagir na vida acadêmica.
Publicado em 15/03/2005 - 02:00
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Em busca de inclusão social plena
Sinais da inclusão
Acessibilidade física é o desafio
O acesso à Educação é um direito de todos, independe da origem étnica, social ou religiosa. Neste espectro, não podem ser esquecidos os portadores de deficiências, sejam elas quais forem. É, portanto, uma obrigação as universidades brasileiras se estruturarem para receber essas pessoas que precisam contar com soluções que facilitem suas necessidades especiais, incluindo os deficientes visuais, justamente para que todos possam ter acesso o ensino superior de uma maneira uniforme e sem discriminação. Isso vem sendo uma obrigação de toda e qualquer instituição, seja ela pública ou privada, conforme prevê a Portaria nº 3284 do MEC (Ministério da Educação), que desde 2003 assegura aos portadores de deficiência os direitos de acessibilidade à educação em todos os níveis. Segundo a assessora técnica da SEESP (Secretaria de Educação Especial do MEC) Maria Glória Batista Mota, a universidade deve ter o compromisso formal de atender todas as necessidades do portador de deficiência até que esse aluno conclua o curso.No caso específico dos deficientes visuais, para que haja, de fato, uma inclusão, a instituição deve manter uma sala de apoio equipada com uma máquina de datilografia braile ou computador adaptado com impressora braile e um scanner acoplado, sistema de síntese de voz, gravador, além de equipamentos para ampliação de originais para os alunos com visão restrita. Estes não são os únicos procedimentos que a universidade deve providenciar. É necessário, também, que ela disponibilize a seu aluno um acervo bibliográfico adaptado, seja ele em braile ou em fita. "A portaria exige que a instituição tenha pelo menos um equipamento mínimo para que esse aluno deficiente visual tenha a mesma experiência universitária que outro aluno qualquer", explica o coordenador do curso de Direito da FGV-Rio (Fundação Getulio Vargas - Rio de Janeiro), José Ricardo Cunha. A necessidade, portanto, de manter todos esses equipamentos não é apenas um luxo, mas, sim, um direito assegurado pelo MEC por meio dessa mesma portaria, para que o aluno possa obter igualdade de condições no processo de educação. "Os materiais e as oportunidades devem ser iguais. O que diferencia é que esses materiais devem ser adaptados de maneira acessível a esse aluno", conta a chefe de gabinete da direção geral do Instituto Benjamin Constant e portadora de deficiência visual, Maria da Glória de Souza Almeida. O que acontece na prática?O número de deficientes que buscam acesso à universidade está crescendo bastante, mas nem todas as instituições possuem uma estrutura para receber esses alunos. Segundo Cunha, isso acontece por dois motivos: primeiro, pelo fato de a portaria ser recente; e, segundo, por uma razão cultural. "Mas, esse aluno pode exigir da sua instituição a implementação desse apoio de infra-estrutura. Primeiramente, deve recorrer administrativamente. Mas se não for suficiente, poderá recorrer em juízo", indica o professor. Nenhuma instituição pode recusar um aluno que foi regularmente aprovado no seu processo seletivo pelo fato de possuir qualquer tipo de deficiência. Ela é obrigada a conceder essa vaga e a se adaptar às necessidades desse aluno. "É muito importante frisar que o estudo é um direito de qualquer cidadão brasileiro", comenta a assessora técnica da SEESP. Existem algumas universidades brasileiras que já começaram a se mobilizar para atender as necessidades de seus alunos deficientes visuais. A Unicid (Universidade da Cidade de São Paulo) é uma delas. Possui um centro acadêmico de apoio ao deficiente que tem o objetivo de adaptar os materiais didáticos aos seus alunos portadores de deficiência e atender todas as necessidades que eles possuem. O centro não atende apenas os universitários, mas oferece também auxílio à sociedade. São vários os projetos implementados pelo centro, como os de adaptação e mobilidade dentro da universidade, cursos especiais para professores e funcionários da instituição, além da implementação de equipamentos especiais para a integração desse aluno dentro de sala de aula. "O gasto que você tem com esses projetos é muito pouco, perto daquilo que pode estar oferecendo a esse aluno. É a possibilidade de dar o direito ao aluno que não enxerga de ser igual", afirma o coordenador do centro, Eduardo José Drezza. Outra universidade que possui um projeto similar é a UnB (Universidade de Brasília). Segundo a coordenadora geral de apoio ao portador de necessidades, Eleida Bueno, a instituição possui diversos programas de auxílio para que os alunos portadores de necessidades especiais possam ter uma integração na vida acadêmica. "É o que todas as universidades deveriam fazer, mas, infelizmente, nem todas têm essa consciência", comenta Eneida. Processo Seletivo É importante explicar que o portador de deficiência visual concorre a uma vaga nas universidades como outro candidato qualquer. A prova também é a mesma. O único diferencial é que o deficiente faz a prova com um ledor e algumas universidades oferecem essa prova em braile. Para a coordenadora do Instituto Benjamin Constant, Maria da Glória, o ideal seria que o candidato pudesse optar pela maneira de fazer essa prova. Porém nem todos os processos seletivos oferecem isso. "As provas com ledores são muito complexas. Por isso, as universidades deveriam colocar equipes de ledores capacitadas para tal. Afinal, ler certas matérias não é para qualquer um: ele está lendo a prova para alguém e por alguém", argumenta a coordenadora.Inclusão social De fato, é muito complicado saber se realmente existe uma inclusão social no Brasil e nas universidades brasileiras. Segundo o aluno do terceiro ano de Processamento de Dados da Unicid, Cassio Santos, de 22 anos, deficiente visual, com a invenção de diversos sistemas de adaptação para os deficientes visuais, o processo de inclusão no ensino superior teve um grande salto, mas diz acreditar que ainda existe muita coisa a ser feita. "As pessoas passaram a ter uma outra visão do deficiente. Porém o maior problema é que a todo momento temos que estar provando que somos capazes de fazer as coisas tão bem e as vezes até melhor do que as outras pessoas. Mas, para isso, é preciso termos oportunidade, e nem sempre as conseguimos", argumenta o estudante. "A tendência é dar um salto grande nessa área da inclusão. Os avanços tecnológicos estão mostrando às pessoas que os deficientes podem estar interagindo por meio de adaptações, praticamente em quase todas as áreas". Para a coordenadora Maria da Glória, a inclusão social plena não existe para ninguém. "Nós estamos em um país que tem um nível de exclusão bastante elevado. Agora existe, sim, hoje, mecanismos muito mais eficazes do que no passado, que estão aumentando bastante o número de universitários com deficiência visual", conclui Maria. Mas como conseguir que a façanha de garantir essa inclusão? Há muitas controvérsias nessa questão, mas para o professor Eduardo Drezza essa inclusão existiria com a conscientização das pessoas. "E uma grande contribuidora é a educação." Já a coordenadora do Instituto Benjamin Constant diz acreditar que essa inclusão só ocorrerá verdadeiramente se as pessoas passarem a enxergar os portadores de necessidades especiais como indivíduos e não como deficientes.
Altere o tamanho da letra:
Fonte:
http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=6438
Publicado em 15/03/2005 - 02:00
Não deixe de ler
Em busca de inclusão social plena
Sinais da inclusão
Acessibilidade física é o desafio
O acesso à Educação é um direito de todos, independe da origem étnica, social ou religiosa. Neste espectro, não podem ser esquecidos os portadores de deficiências, sejam elas quais forem. É, portanto, uma obrigação as universidades brasileiras se estruturarem para receber essas pessoas que precisam contar com soluções que facilitem suas necessidades especiais, incluindo os deficientes visuais, justamente para que todos possam ter acesso o ensino superior de uma maneira uniforme e sem discriminação. Isso vem sendo uma obrigação de toda e qualquer instituição, seja ela pública ou privada, conforme prevê a Portaria nº 3284 do MEC (Ministério da Educação), que desde 2003 assegura aos portadores de deficiência os direitos de acessibilidade à educação em todos os níveis. Segundo a assessora técnica da SEESP (Secretaria de Educação Especial do MEC) Maria Glória Batista Mota, a universidade deve ter o compromisso formal de atender todas as necessidades do portador de deficiência até que esse aluno conclua o curso.No caso específico dos deficientes visuais, para que haja, de fato, uma inclusão, a instituição deve manter uma sala de apoio equipada com uma máquina de datilografia braile ou computador adaptado com impressora braile e um scanner acoplado, sistema de síntese de voz, gravador, além de equipamentos para ampliação de originais para os alunos com visão restrita. Estes não são os únicos procedimentos que a universidade deve providenciar. É necessário, também, que ela disponibilize a seu aluno um acervo bibliográfico adaptado, seja ele em braile ou em fita. "A portaria exige que a instituição tenha pelo menos um equipamento mínimo para que esse aluno deficiente visual tenha a mesma experiência universitária que outro aluno qualquer", explica o coordenador do curso de Direito da FGV-Rio (Fundação Getulio Vargas - Rio de Janeiro), José Ricardo Cunha. A necessidade, portanto, de manter todos esses equipamentos não é apenas um luxo, mas, sim, um direito assegurado pelo MEC por meio dessa mesma portaria, para que o aluno possa obter igualdade de condições no processo de educação. "Os materiais e as oportunidades devem ser iguais. O que diferencia é que esses materiais devem ser adaptados de maneira acessível a esse aluno", conta a chefe de gabinete da direção geral do Instituto Benjamin Constant e portadora de deficiência visual, Maria da Glória de Souza Almeida. O que acontece na prática?O número de deficientes que buscam acesso à universidade está crescendo bastante, mas nem todas as instituições possuem uma estrutura para receber esses alunos. Segundo Cunha, isso acontece por dois motivos: primeiro, pelo fato de a portaria ser recente; e, segundo, por uma razão cultural. "Mas, esse aluno pode exigir da sua instituição a implementação desse apoio de infra-estrutura. Primeiramente, deve recorrer administrativamente. Mas se não for suficiente, poderá recorrer em juízo", indica o professor. Nenhuma instituição pode recusar um aluno que foi regularmente aprovado no seu processo seletivo pelo fato de possuir qualquer tipo de deficiência. Ela é obrigada a conceder essa vaga e a se adaptar às necessidades desse aluno. "É muito importante frisar que o estudo é um direito de qualquer cidadão brasileiro", comenta a assessora técnica da SEESP. Existem algumas universidades brasileiras que já começaram a se mobilizar para atender as necessidades de seus alunos deficientes visuais. A Unicid (Universidade da Cidade de São Paulo) é uma delas. Possui um centro acadêmico de apoio ao deficiente que tem o objetivo de adaptar os materiais didáticos aos seus alunos portadores de deficiência e atender todas as necessidades que eles possuem. O centro não atende apenas os universitários, mas oferece também auxílio à sociedade. São vários os projetos implementados pelo centro, como os de adaptação e mobilidade dentro da universidade, cursos especiais para professores e funcionários da instituição, além da implementação de equipamentos especiais para a integração desse aluno dentro de sala de aula. "O gasto que você tem com esses projetos é muito pouco, perto daquilo que pode estar oferecendo a esse aluno. É a possibilidade de dar o direito ao aluno que não enxerga de ser igual", afirma o coordenador do centro, Eduardo José Drezza. Outra universidade que possui um projeto similar é a UnB (Universidade de Brasília). Segundo a coordenadora geral de apoio ao portador de necessidades, Eleida Bueno, a instituição possui diversos programas de auxílio para que os alunos portadores de necessidades especiais possam ter uma integração na vida acadêmica. "É o que todas as universidades deveriam fazer, mas, infelizmente, nem todas têm essa consciência", comenta Eneida. Processo Seletivo É importante explicar que o portador de deficiência visual concorre a uma vaga nas universidades como outro candidato qualquer. A prova também é a mesma. O único diferencial é que o deficiente faz a prova com um ledor e algumas universidades oferecem essa prova em braile. Para a coordenadora do Instituto Benjamin Constant, Maria da Glória, o ideal seria que o candidato pudesse optar pela maneira de fazer essa prova. Porém nem todos os processos seletivos oferecem isso. "As provas com ledores são muito complexas. Por isso, as universidades deveriam colocar equipes de ledores capacitadas para tal. Afinal, ler certas matérias não é para qualquer um: ele está lendo a prova para alguém e por alguém", argumenta a coordenadora.Inclusão social De fato, é muito complicado saber se realmente existe uma inclusão social no Brasil e nas universidades brasileiras. Segundo o aluno do terceiro ano de Processamento de Dados da Unicid, Cassio Santos, de 22 anos, deficiente visual, com a invenção de diversos sistemas de adaptação para os deficientes visuais, o processo de inclusão no ensino superior teve um grande salto, mas diz acreditar que ainda existe muita coisa a ser feita. "As pessoas passaram a ter uma outra visão do deficiente. Porém o maior problema é que a todo momento temos que estar provando que somos capazes de fazer as coisas tão bem e as vezes até melhor do que as outras pessoas. Mas, para isso, é preciso termos oportunidade, e nem sempre as conseguimos", argumenta o estudante. "A tendência é dar um salto grande nessa área da inclusão. Os avanços tecnológicos estão mostrando às pessoas que os deficientes podem estar interagindo por meio de adaptações, praticamente em quase todas as áreas". Para a coordenadora Maria da Glória, a inclusão social plena não existe para ninguém. "Nós estamos em um país que tem um nível de exclusão bastante elevado. Agora existe, sim, hoje, mecanismos muito mais eficazes do que no passado, que estão aumentando bastante o número de universitários com deficiência visual", conclui Maria. Mas como conseguir que a façanha de garantir essa inclusão? Há muitas controvérsias nessa questão, mas para o professor Eduardo Drezza essa inclusão existiria com a conscientização das pessoas. "E uma grande contribuidora é a educação." Já a coordenadora do Instituto Benjamin Constant diz acreditar que essa inclusão só ocorrerá verdadeiramente se as pessoas passarem a enxergar os portadores de necessidades especiais como indivíduos e não como deficientes.
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http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=6438
Acessibilidade física é o desafio
Saiba como as instituições de Ensino Superior têm se preparado para receber alunos portadores de deficiência física
Publicado em 13/04/2005 - 02:00
Não deixe de ler
Acessibilidade física é o desafio
Em busca de inclusão social plena
Sinais da inclusão
Quando os edifícios das universidades foram projetados e construídos, não houve, salvo em raros casos, a preocupação de como seria o dia-a-dia de pessoas com algum tipo de deficiência física. Nos dias atuais, felizmente, isso se tornou um problema a ser urgentemente contornado. Já não era sem tempo.
Segundo o Censo realizado pelo IBGE em 2000, dos 24,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, apenas 3,2 milhões freqüentaram algum tipo de escola. Este número cai para 700.000 quando se trata de portadores com deficiência com idade entre 18 e 29 anos, idade média de ingresso no Ensino Superior.
Enquanto para a inclusão dos surdos na universidade são necessários intérpretes nas aulas (conforme mostra a reportagem Sinais da inclusão), e dos deficientes visuais, no mínimo uma sala de apoio equipada com uma máquina de datilografia braile ou computador com impressora braile (conforme mostra a reportagem Universidades se adaptam para receber e manter seus alunos deficientes visuais), no caso dos deficientes físicos é necessário o mínimo: permitir que eles consigam chegar até a sala de aula. Tudo isso, hoje, já é previsto e obrigatório por lei. Cabe às universidades apenas fazer a adaptação de seus ambientes.
"Aqui na universidade temos um programa que procura dar apoio às pessoas com necessidades especiais já funcionando há quatro anos. Temos em torno de 20 alunos com algum tipo de deficiência física freqüentando a universidade", conta a pedagoga e integrante do NAPNE (Núcleo de Apoio Psicopedagógico às Pessoas com Necessidades Especiais) da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), Miriam Cristina de Frey Lira. As universidades agora correm contra o tempo. "A dificuldade maior sempre passa pela questão da acessibilidade física. A questão das barreiras arquitetônicas ainda é bastante grande em praticamente todos os espaços, em qualquer tipo de instituição. A Univali tem procurado, nas suas construções mais novas, obedecer normas de acessibilidade. Nosso problema maior é em relação aos prédios mais antigos, que não estão adaptados", explica Miriam. A acessibilidade física, na verdade, vai mais além. Não basta que todos os prédios de determinada universidade possuam elevadores se o aluno não tiver meios de chegar até a faculdade. "Não é só uma questão da escola estar preparada, tem que haver transporte para esse aluno chegar até a escola. Nem todas as famílias têm acesso a carro, e o transporte público adaptado também é muito pouco. Então ainda há muitas outras dificuldades", lembra a socióloga e coordenadora da Rede Saci-USP, Marta Gil. A Rede Saci atua na comunicação e difusão de informações sobre deficiência, visando estimular inclusão social e cidadania. Além disso, a socióloga ressalta que quando o aluno portador de alguma limitação física ingressa na universidade, ele quer ter acesso à vida universitária como um todo e não apenas à sala de aula. "Ele vai querer freqüentar um Diretório Acadêmico, a praça de esportes, uma lanchonete onde todos se reúnem, a biblioteca. Esse estudante precisa circular pelo ambiente todo da universidade", explica. Marta conta que na USP existe uma van adaptada que facilita a locomoção dentro do campus."O deficiente físico, na verdade, não tem uma dificuldade grande para o acesso em nível educacional, ele tem mais problemas com as barreiras arquitetônicas. Essa é uma questão com a qual a gente vem lutando há anos. Claro que existem as partes mais velhas, onde realmente é impossível por conta das escadas, mas estamos mudando isso nas construções mais recentes", conta o coordenador do Propae (Programa Interdisciplinar de Pesquisa e Apoio à Excepcionalidade) da UEM (Universidade Estadual de Maringá), Valter Augusto Della Rosa. O Propae começou em 1994 e tem uma característica bastante interessante, porque reúne várias áreas da universidade trabalhando juntas para facilitar o acesso e a permanência dos estudantes com necessidades especiais. "Engenharia, pessoal que trabalha com mobiliária, Arquitetura, Educação Física. Também os geneticistas, educadores, psicólogos e advogados. Todos estes especialistas trabalham em conjunto", avalia Della Rosa.
Na pele
O aluno do 3º ano de Jornalismo da USP, Leonardo Feder, de 20 anos, é cadeirante e conta que as principais dificuldades na universidade são, além da condição de acessibilidade difícil em alguns locais, fazer as disciplinas práticas do curso de Jornalismo. "Temos que cobrir eventos que acontecem na USP em horários e locais que na maioria das vezes não me são adequados. Acabo não podendo fazer a atividade, embora seja de minha vontade. Escolho aqueles eventos que posso cobrir. O desafio maior é me arriscar mais pela faculdade e pela cidade e sair das situações mais tradicionais, desbravando de forma mais intensa as possibilidades que a vida oferece", conta Feder.Recentemente o estudante teve um problema com o prédio da ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes). Ele estava matriculado em uma disciplina optativa que acontecia em um anfiteatro que não possuía acessibilidade, a não ser por escadas. Leonardo requisitou a troca da sala, mas a ECA alegou que não poderia efetuá-la porque os equipamentos necessários à explanação da matéria só se encontravam naquele anfiteatro. Segundo o aluno, ele foi aconselhado a escolher outra disciplina optativa para cursar. "Ouvi falar de um deficiente na Faculdade de Educação que passou pelo mesmo problema e está acionando a justiça. Não tenho notícias sobre outros casos, mas ouvi dizer, pelos meus amigos, que a situação de acessibilidade em alguns locais da USP ainda é bem precária", avalia. ConvívioNão é apenas a acessibilidade física que deve ser levada em conta. Os alunos e professores também devem aprender a se "adaptar" a esses colegas com limitações físicas. "Os professores também precisam conhecer sobre as necessidades desses alunos. Às vezes é preciso ter algum software adaptado. Outras vezes o software é o mesmo, mas o mouse, adaptado. Varia bastante de caso a caso, mas o que a gente acha legal é que a universidade, como um todo, esteja aberta e pergunte para esse aluno quais são as necessidades dele", ressalta a coordenadora da Rede Saci-USP. As barreiras de atitudes envolvem concepções e formas de encarar as diferenças, por isso nem sempre são fáceis de serem rompidas. "Acredito que estamos em uma direção melhor", aponta Miriam, da Univali. Segundo ela, hoje os membros do NAPNE possuem uma larga experiência em lidar com pessoas com necessidades especiais e, por conta disso, procuram estar próximos dos professores dando o apoio necessário. "Acredito que a pessoa com deficiência física, por não existir tantas barreiras de comunicação, como no caso da pessoa surda ou cega, possui um relacionamento não tão complicado", pondera a pedagoga. Feder conta que sentiu-se confortável quando entrou na USP. "Senti uma boa receptividade de colegas e professores que, claro, estranharam no começo, já que não é muito comum ter um colega ou aluno que usa cadeira de rodas, mas depois tudo transcorreu normalmente", relembra."Na minha concepção não é que as pessoas são maldosas, querem discriminar, é pura falta de informação mesmo. Se você não tem um caso de deficiência em família, não tem muita convivência, não sabe lidar, fica sem graça, não sabe como perguntar, ajudar. Quando você começa a ter colegas com deficiência, e a conviver com eles, a coisa se torna muito natural", explica Marta Gil.Para quebrar essa barreira, a UEM conta com uma iniciativa chamada "Monitor Especial". Através dela, um aluno da mesma sala do portador de necessidade especial, escolhido através de um processo seletivo e que, portanto, mostra interesse pela questão, será uma espécie de monitor para o colega em troca de uma bolsa por seu trabalho. Ele deve ajudá-lo a tirar fotocopia de material recomendado, estudar junto ou apenas estar disponível para auxiliar no que for necessário. Mercado de trabalhoDepois da inclusão no Ensino Superior, existe a questão do ingresso no mercado de trabalho. "Muitos alunos com deficiência física que estudam aqui estão no mercado de trabalho e outros estão em busca. Nós temos um grupo de pessoas desenvolvendo um projeto de inserção destes alunos na vida profissional, fazendo parcerias e pesquisando junto às empresas as necessidades destas e a possibilidade de empregar estes recém-formados", relata a professora da Univali.A coordenadora da Rede Saci-USP lembra de um caso muito marcante que exemplifica a dificuldade, mas não a impossibilidade, de um aluno com deficiência física conseguir um emprego. "Um exemplo que eu posso citar é de um rapaz que ficou tetraplégico depois de um acidente com arma de fogo. Quando foi fazer o curso de Administração na FGV-SP já estava totalmente paralisado. A FGV resolveu encarar o desafio e fez uma série de adaptações. O aluno fez um estágio e depois foi contratado por uma multinacional, onde está até hoje. Ele foi uma pessoa que se empenhou, não foi contratado pela deficiência, mas pela eficiência". Olhar"Sou bastante otimista, acho que já se nota a conquista. A tendência é começar a melhorar a inclusão dos deficientes físicos na educação, porque a conscientização e as informações que a sociedade está recebendo estão fazendo com que as pessoas percebam que existem pessoas com deficiência, mas ainda falta muito para acontecer", lembra Marta, da USP.A pedagoga da Univali acredita que houve um avanço, pelo menos no sentido da inserção das pessoas com necessidades especiais nas escolas, porém ainda são necessárias algumas pesquisas com dados fidedignos para se fazer uma análise melhor de como isso está ocorrendo. "O fato dos alunos estarem na escola não significa realmente que eles estão sendo beneficiados nesse processo de inclusão. Teríamos que pesquisar e analisar se a forma como está ocorrendo no Brasil está atingindo os objetivos que foram propostos inicialmente. Para que essas crianças e jovens estejam na escola, mas efetivamente fazendo parte daquela comunidade educativa e não apenas presentes", verifica Miriam, da Univali.Na UEM, o deficiente físico tem um prazo mais ampliado para fazer o vestibular, desde que requisitado. A universidade possui sala separada, com as condições de carteira adaptada e acessibilidade. "Tudo começa aí, no acesso à universidade. E, com o Propae, passamos a dar suporte para permitir que ele permaneça na instituição", diz Della Rosa. "Nós, enquanto cidadãos, temos que ter um outro olhar sobre os deficientes físicos, aí sim as coisas efetivamente podem começar a mudar".
Fonte:
http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?id=6660
Publicado em 13/04/2005 - 02:00
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Acessibilidade física é o desafio
Em busca de inclusão social plena
Sinais da inclusão
Quando os edifícios das universidades foram projetados e construídos, não houve, salvo em raros casos, a preocupação de como seria o dia-a-dia de pessoas com algum tipo de deficiência física. Nos dias atuais, felizmente, isso se tornou um problema a ser urgentemente contornado. Já não era sem tempo.
Segundo o Censo realizado pelo IBGE em 2000, dos 24,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, apenas 3,2 milhões freqüentaram algum tipo de escola. Este número cai para 700.000 quando se trata de portadores com deficiência com idade entre 18 e 29 anos, idade média de ingresso no Ensino Superior.
Enquanto para a inclusão dos surdos na universidade são necessários intérpretes nas aulas (conforme mostra a reportagem Sinais da inclusão), e dos deficientes visuais, no mínimo uma sala de apoio equipada com uma máquina de datilografia braile ou computador com impressora braile (conforme mostra a reportagem Universidades se adaptam para receber e manter seus alunos deficientes visuais), no caso dos deficientes físicos é necessário o mínimo: permitir que eles consigam chegar até a sala de aula. Tudo isso, hoje, já é previsto e obrigatório por lei. Cabe às universidades apenas fazer a adaptação de seus ambientes.
"Aqui na universidade temos um programa que procura dar apoio às pessoas com necessidades especiais já funcionando há quatro anos. Temos em torno de 20 alunos com algum tipo de deficiência física freqüentando a universidade", conta a pedagoga e integrante do NAPNE (Núcleo de Apoio Psicopedagógico às Pessoas com Necessidades Especiais) da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), Miriam Cristina de Frey Lira. As universidades agora correm contra o tempo. "A dificuldade maior sempre passa pela questão da acessibilidade física. A questão das barreiras arquitetônicas ainda é bastante grande em praticamente todos os espaços, em qualquer tipo de instituição. A Univali tem procurado, nas suas construções mais novas, obedecer normas de acessibilidade. Nosso problema maior é em relação aos prédios mais antigos, que não estão adaptados", explica Miriam. A acessibilidade física, na verdade, vai mais além. Não basta que todos os prédios de determinada universidade possuam elevadores se o aluno não tiver meios de chegar até a faculdade. "Não é só uma questão da escola estar preparada, tem que haver transporte para esse aluno chegar até a escola. Nem todas as famílias têm acesso a carro, e o transporte público adaptado também é muito pouco. Então ainda há muitas outras dificuldades", lembra a socióloga e coordenadora da Rede Saci-USP, Marta Gil. A Rede Saci atua na comunicação e difusão de informações sobre deficiência, visando estimular inclusão social e cidadania. Além disso, a socióloga ressalta que quando o aluno portador de alguma limitação física ingressa na universidade, ele quer ter acesso à vida universitária como um todo e não apenas à sala de aula. "Ele vai querer freqüentar um Diretório Acadêmico, a praça de esportes, uma lanchonete onde todos se reúnem, a biblioteca. Esse estudante precisa circular pelo ambiente todo da universidade", explica. Marta conta que na USP existe uma van adaptada que facilita a locomoção dentro do campus."O deficiente físico, na verdade, não tem uma dificuldade grande para o acesso em nível educacional, ele tem mais problemas com as barreiras arquitetônicas. Essa é uma questão com a qual a gente vem lutando há anos. Claro que existem as partes mais velhas, onde realmente é impossível por conta das escadas, mas estamos mudando isso nas construções mais recentes", conta o coordenador do Propae (Programa Interdisciplinar de Pesquisa e Apoio à Excepcionalidade) da UEM (Universidade Estadual de Maringá), Valter Augusto Della Rosa. O Propae começou em 1994 e tem uma característica bastante interessante, porque reúne várias áreas da universidade trabalhando juntas para facilitar o acesso e a permanência dos estudantes com necessidades especiais. "Engenharia, pessoal que trabalha com mobiliária, Arquitetura, Educação Física. Também os geneticistas, educadores, psicólogos e advogados. Todos estes especialistas trabalham em conjunto", avalia Della Rosa.
Na pele
O aluno do 3º ano de Jornalismo da USP, Leonardo Feder, de 20 anos, é cadeirante e conta que as principais dificuldades na universidade são, além da condição de acessibilidade difícil em alguns locais, fazer as disciplinas práticas do curso de Jornalismo. "Temos que cobrir eventos que acontecem na USP em horários e locais que na maioria das vezes não me são adequados. Acabo não podendo fazer a atividade, embora seja de minha vontade. Escolho aqueles eventos que posso cobrir. O desafio maior é me arriscar mais pela faculdade e pela cidade e sair das situações mais tradicionais, desbravando de forma mais intensa as possibilidades que a vida oferece", conta Feder.Recentemente o estudante teve um problema com o prédio da ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes). Ele estava matriculado em uma disciplina optativa que acontecia em um anfiteatro que não possuía acessibilidade, a não ser por escadas. Leonardo requisitou a troca da sala, mas a ECA alegou que não poderia efetuá-la porque os equipamentos necessários à explanação da matéria só se encontravam naquele anfiteatro. Segundo o aluno, ele foi aconselhado a escolher outra disciplina optativa para cursar. "Ouvi falar de um deficiente na Faculdade de Educação que passou pelo mesmo problema e está acionando a justiça. Não tenho notícias sobre outros casos, mas ouvi dizer, pelos meus amigos, que a situação de acessibilidade em alguns locais da USP ainda é bem precária", avalia. ConvívioNão é apenas a acessibilidade física que deve ser levada em conta. Os alunos e professores também devem aprender a se "adaptar" a esses colegas com limitações físicas. "Os professores também precisam conhecer sobre as necessidades desses alunos. Às vezes é preciso ter algum software adaptado. Outras vezes o software é o mesmo, mas o mouse, adaptado. Varia bastante de caso a caso, mas o que a gente acha legal é que a universidade, como um todo, esteja aberta e pergunte para esse aluno quais são as necessidades dele", ressalta a coordenadora da Rede Saci-USP. As barreiras de atitudes envolvem concepções e formas de encarar as diferenças, por isso nem sempre são fáceis de serem rompidas. "Acredito que estamos em uma direção melhor", aponta Miriam, da Univali. Segundo ela, hoje os membros do NAPNE possuem uma larga experiência em lidar com pessoas com necessidades especiais e, por conta disso, procuram estar próximos dos professores dando o apoio necessário. "Acredito que a pessoa com deficiência física, por não existir tantas barreiras de comunicação, como no caso da pessoa surda ou cega, possui um relacionamento não tão complicado", pondera a pedagoga. Feder conta que sentiu-se confortável quando entrou na USP. "Senti uma boa receptividade de colegas e professores que, claro, estranharam no começo, já que não é muito comum ter um colega ou aluno que usa cadeira de rodas, mas depois tudo transcorreu normalmente", relembra."Na minha concepção não é que as pessoas são maldosas, querem discriminar, é pura falta de informação mesmo. Se você não tem um caso de deficiência em família, não tem muita convivência, não sabe lidar, fica sem graça, não sabe como perguntar, ajudar. Quando você começa a ter colegas com deficiência, e a conviver com eles, a coisa se torna muito natural", explica Marta Gil.Para quebrar essa barreira, a UEM conta com uma iniciativa chamada "Monitor Especial". Através dela, um aluno da mesma sala do portador de necessidade especial, escolhido através de um processo seletivo e que, portanto, mostra interesse pela questão, será uma espécie de monitor para o colega em troca de uma bolsa por seu trabalho. Ele deve ajudá-lo a tirar fotocopia de material recomendado, estudar junto ou apenas estar disponível para auxiliar no que for necessário. Mercado de trabalhoDepois da inclusão no Ensino Superior, existe a questão do ingresso no mercado de trabalho. "Muitos alunos com deficiência física que estudam aqui estão no mercado de trabalho e outros estão em busca. Nós temos um grupo de pessoas desenvolvendo um projeto de inserção destes alunos na vida profissional, fazendo parcerias e pesquisando junto às empresas as necessidades destas e a possibilidade de empregar estes recém-formados", relata a professora da Univali.A coordenadora da Rede Saci-USP lembra de um caso muito marcante que exemplifica a dificuldade, mas não a impossibilidade, de um aluno com deficiência física conseguir um emprego. "Um exemplo que eu posso citar é de um rapaz que ficou tetraplégico depois de um acidente com arma de fogo. Quando foi fazer o curso de Administração na FGV-SP já estava totalmente paralisado. A FGV resolveu encarar o desafio e fez uma série de adaptações. O aluno fez um estágio e depois foi contratado por uma multinacional, onde está até hoje. Ele foi uma pessoa que se empenhou, não foi contratado pela deficiência, mas pela eficiência". Olhar"Sou bastante otimista, acho que já se nota a conquista. A tendência é começar a melhorar a inclusão dos deficientes físicos na educação, porque a conscientização e as informações que a sociedade está recebendo estão fazendo com que as pessoas percebam que existem pessoas com deficiência, mas ainda falta muito para acontecer", lembra Marta, da USP.A pedagoga da Univali acredita que houve um avanço, pelo menos no sentido da inserção das pessoas com necessidades especiais nas escolas, porém ainda são necessárias algumas pesquisas com dados fidedignos para se fazer uma análise melhor de como isso está ocorrendo. "O fato dos alunos estarem na escola não significa realmente que eles estão sendo beneficiados nesse processo de inclusão. Teríamos que pesquisar e analisar se a forma como está ocorrendo no Brasil está atingindo os objetivos que foram propostos inicialmente. Para que essas crianças e jovens estejam na escola, mas efetivamente fazendo parte daquela comunidade educativa e não apenas presentes", verifica Miriam, da Univali.Na UEM, o deficiente físico tem um prazo mais ampliado para fazer o vestibular, desde que requisitado. A universidade possui sala separada, com as condições de carteira adaptada e acessibilidade. "Tudo começa aí, no acesso à universidade. E, com o Propae, passamos a dar suporte para permitir que ele permaneça na instituição", diz Della Rosa. "Nós, enquanto cidadãos, temos que ter um outro olhar sobre os deficientes físicos, aí sim as coisas efetivamente podem começar a mudar".
Fonte:
http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?id=6660
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Prefeitura de Belo Horizonte lança guia turístico em braile
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur, lançou ontem (3) um guia turístico em braile. O exemplar, intitulado BH com outros olhos, terá tiragem de 1,1 mil exemplares, sendo mil em português e 100 em inglês.A previsão é de que no mês de setembro o guia também seja publicado nos idiomas espanhol e francês para distribuição em hotéis, bares, restaurantes e atrativos turísticos da cidade.Segundo Fernando Lana, presidente da Belotur, a iniciativa visa garantir maior alcance dos deficientes visuais aos atrativos locais. Além deste projeto, desde o ano passado, todos os oito postos de informação turística da empresa possuem atendentes que dominam a linguagem dos sinais.Rhaiane Sodré: portal2.pbh.gov.br
Fonte: Hotelier News!
http://rhemhospitalidade.blogspot.com/2008/07/guia-turstico-em-braile-turismo.html
Fonte: Hotelier News!
http://rhemhospitalidade.blogspot.com/2008/07/guia-turstico-em-braile-turismo.html
Turismo Inclusivo
10/09/2008
Tem início nesta quarta-feira, 10, em Recife, o 1° Congresso Nacional de Turismo Muito Especial. O encontro, que termina na sexta-feira, 12, pretende incentivar brasileiros com deficiência a viajar pelo país. A proposta é mostrar experiências bem-sucedidas do negócio turístico a empresários, gestores públicos, organizações não-governamentais, profissionais da área e acadêmicos.
O coordenador do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (Napme) do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Pernambuco, Gustavo Estevão, apresentará o projeto Universalizando o Turismo, apoiado pelo programa Educação, Tecnologia e Profissionalização para Pessoas com Necessidades Especiais (TecNep) do Ministério da Educação.
Criado em agosto de 2008, o projeto divulga o turismo inclusivo como produto viável no mercado de negócios turísticos. Técnicos do projeto estão fazendo um levantamento nos hotéis da Praia de Boa Viagem para verificar as condições de acessibilidade. ”Identificamos as barreiras arquitetônicas, o mobiliário, a comunicação e a sinalização presentes nos estabelecimentos”, explica Estevão.
Em seguida, está prevista a elaboração de uma lista dos hotéis com maior acessibilidade — até agora, apenas dez preencheram todos os requisitos. O trabalho é feito com base na norma nº 9.050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que complementa a Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 — estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Coordenado pelo professor José Rogério Arruda, o projeto Universalizando o Turismo atende também pessoas obesas, da terceira idade ou que estejam com a mobilidade reduzida temporariamente.
Tem início nesta quarta-feira, 10, em Recife, o 1° Congresso Nacional de Turismo Muito Especial. O encontro, que termina na sexta-feira, 12, pretende incentivar brasileiros com deficiência a viajar pelo país. A proposta é mostrar experiências bem-sucedidas do negócio turístico a empresários, gestores públicos, organizações não-governamentais, profissionais da área e acadêmicos.
O coordenador do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (Napme) do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Pernambuco, Gustavo Estevão, apresentará o projeto Universalizando o Turismo, apoiado pelo programa Educação, Tecnologia e Profissionalização para Pessoas com Necessidades Especiais (TecNep) do Ministério da Educação.
Criado em agosto de 2008, o projeto divulga o turismo inclusivo como produto viável no mercado de negócios turísticos. Técnicos do projeto estão fazendo um levantamento nos hotéis da Praia de Boa Viagem para verificar as condições de acessibilidade. ”Identificamos as barreiras arquitetônicas, o mobiliário, a comunicação e a sinalização presentes nos estabelecimentos”, explica Estevão.
Em seguida, está prevista a elaboração de uma lista dos hotéis com maior acessibilidade — até agora, apenas dez preencheram todos os requisitos. O trabalho é feito com base na norma nº 9.050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que complementa a Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 — estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Coordenado pelo professor José Rogério Arruda, o projeto Universalizando o Turismo atende também pessoas obesas, da terceira idade ou que estejam com a mobilidade reduzida temporariamente.
CEFET-PE cria Projeto sobre Turismo Inclusivo
Notícias
2008-07-18 12:11:15
Neste mes de agosto iniciam-se as atividades de um projeto sobre turismo inclusivo sob a orientação do Professor Gustavo Estevão, Coordenador do NAPNE do CEFET-PE, da Professora Cristiane Fábia, Vice-Coordenadora do NAPNE, e de Gerline Maciel, Especialista em Gestão Pública e Apoío Administrativo do NAPNE.Ao todo são 09 (nove) alunos, em sua maoria do Curso Técnico de Turismo, dos quais uma é cadeirante, dois com mobilidade reduzida (são lesionados cerebrais) e um tem baixa audição. A equipe pode ser conhecida através do e-group http://br.groups.yahoo.com/group/projeto_unintur/O projeto intitula-se UNINTUR, ou seja, universalizando o turismo inclusivo, que consitirá: numa pesquisa sobre a acessibilidade em hotéis e sitios históricos da cidade do Recife; realização de oficinas para gestores de turismo sobre etiqueta da inclusão; e, publicação de uma cartilha sobre turismo inclusivo a ser distribuida com hotéis e agências de turismo.Como desdobramento final do projeto os alunos pretendem incubar no próximo ano uma empresa de consultoria sobre turismo inclusivo.O projeto é apoiado pelo Programa TEC NEP do MEC / SETEC e será aberto a quem desejar replicar em qualquer outra instituição da rede federal de educação profissional e tecnológica.
Fonte
http://www.assistiva.org.br/ta.php?mdl=jornal&arq=exibir&id=172
Acadêmicos estudam atrações para turismo inclusivo
Os alunos da primeira turma da disciplina eletiva “Turismo e o Portador de Deficiência”, que está sendo ministrada pela UCS desde o início do semestre, têm subsídios suficientes para elaborar roteiros e atrações turísticas que atendam às necessidades especiais. A aula do dia 27 de abril foi realizada no auditório do Campus Universitário da Região dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, onde os acadêmicos tiveram oportunidade de entrevistar um grupo de pessoas com necessidades especiais para identificar as barreiras que dificultam o acesso ao turismo.
Divididos em grupos, os alunos conversaram com participantes do Centro Integrado de Portadores de Deficiência Física de Caxias do Sul – CIDeF da UCS, da União Brasileira de Cegos, acadêmicos portadores de deficiência auditiva, uma criança com Síndrome de Down e profissionais de Educação Física que atuam com pessoas com necessidades especiais.
A idéia de propiciar o contato dos alunos com os portadores de deficiência foi da professora da disciplina, Heloísa Santini, que no início do semestre já havia realizado uma experiência positiva, colocando os alunos em situações difíceis. Na oportunidade, alguns estudantes tiveram os olhos vendados, outros tiveram os membros imobilizados. O objetivo do trabalho, explica a professora, é fazer com que os futuros profissionais do turismo tenham consciência das dificuldades enfrentadas por esse público. “Estamos levando os alunos a uma reflexão sobre a necessidade de desenvolver roteiros específicos ou de adequar as condições físicas dos roteiros convencionais para que todas as pessoas tenham acesso”.
Para os deficientes visuais são objetos aéreos e a falta de preparo dos profissionais e dos estabelecimentos de turismo que causam transtornos. “Alguns hotéis instalam as televisões com altura muito baixa em relação ao teto e acabamos batendo a cabeça, mas o principal problema é a inexistência de cardápios e botões de elevadores, muito menos guias turísticos em braille”, enumera o presidente da União Brasileira de Cegos, Volmir Raimondi.
As principais dificuldades enfrentadas pelos cadeirantes são as barreiras arquitetônicas. Mesmo em estabelecimentos que possuem rampas e elevadores, às vezes pecam em detalhes que para o deficiente são fundamentais. “No Brasil, a maioria dos hotéis tem banheiros com portas muito estreitas”, comenta a tenista de mesa para-desportiva do Programa UCS Olimpíadas, Rosângela Dalcin, que também destacou a escassez de ônibus adaptados para os cadeirantes. “Mas as coisas estão melhorando porque os profissionais do turismo estão se dando conta que o deficiente também é um consumidor, que precisa de lazer e com isso gera renda e emprego”.
Fonte:
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.Parecer das Escolas de Ensino Comum de Marmeleiro Pr.
As Escolas estaduais e municipais do município de Marmeleiro Pr, demonstram preocupação com a divulgação preliminar do parecer do MEC, que define como responsabilidade das Escolas de Ensino Comum a oferta de educação especial, para alunos com deficiência, Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, que, em sua redação, provocou reações inflamadas quanto ao teor de seu conteúdo. . A proposta, que pode virar decreto ou projeto de Lei, prevê o fim das escolas especiais – como as Apaes - e passa a considerá-las como Centros de Atendimento complementar ou especializado. Em nossa avaliação a nova política do MEC pretende a inclusão forçada de crianças e adolescentes na rede regular de ensino, em detrimento da inclusão paulatina feita, já com muitas dificuldades, pelos governos municipais e estaduais. Na reunião que aconteceu no dia 23 de outubro de 2007 em Marmeleiro onde estiveram presentes Diretora de Departamento de Educação Municipal, Diretores e Pedagogos das Escolas de Ensino Comum, para leitura e análise do referido texto, em que são totalmente desfavoráveis a proposta de Inclusão apresentada pelo MEC, por muitos motivos entre os quais: 1 - Os alunos com deficiência apresentam aprendizagem lenta e necessitam de mais tempo para cumprir os conteúdos estabelecidos, e mesmo não assimilando satisfatoriamente, teriam que avançar de nível porque assim exige a política de progressão vigente, ficando evidenciado a falsa idéia de aprendizagem. No momento, nas escolas estaduais e municipais, a entrada dos alunos sempre ocorreu de maneira tranqüila. Se o aluno venceu a dificuldade na Escola Especial e a Escola Comum está adaptada para recebê-lo, certamente será inserido com êxito. 2 - A qualidade de ensino ficará comprometida devido ao aumento do número de alunos em cada sala, sendo que existe alunos que necessitam de atenção especial já inseridos no Ensino Comum, ( as dificuldades de aprendizagem, indisciplina, conflitos familiares, condições socioeconômicas), consideradas agravantes e que interferem na aprendizagem, e que a Escola precisa também estar atenta e essas situações, que interferem diretamente na aprendizagem e que exige dos professores atitudes diferenciadas de intervenção, e isto, caracteriza um trabalho inclusivo quando tratamos a diversidade de maneira especial. 3 – Os professores do Ensino Comum tem dificuldade em lidar com as deficiências apresentadas pelos alunos das escolas especiais uma vez que, a sua formação não os habilita a trabalhar com as mais variadas deficiências que requerem métodos e técnicas específicas para poderem desenvolver suas potencialidades. O professor na sua formação acadêmica optou por uma área única, não podendo na sua prática trabalhar conteúdos para os quais não foi habilitado. 4 – Direito de escolha dos pais e das pessoas com deficiência decidirem a escola que querem que seus filhos estudem. Observa-se que as medidas adotadas para a inclusão apenas têm se tornado mais um empecilho aos princípios de gestão democrática que deveriam reger a autonomia de pais e educadores para decidirem qual seja a melhor opção de escola para o educando especial. A tentativa de obrigar a escola, a tomar uma posição em detrimento aos reais interesses dos educandos e dos pais nem sempre consultados sobre suas vontades, aspirações e esperanças. 5 – A falta de atendimento técnico necessário para ajudar na aprendizagem. Se o ensino especial específico acaba, os pais também terão que suportar a educação da criança ou do adolescente, porque a equipe básica de atendimento tem um trabalho restrito, e não interfere no trabalho acadêmico propriamente dito. 6 – A arquitetura de nossas escolas de Ensino Comum não estão adaptadas para atender as necessidades das pessoas com deficiência. Mesmo os inúmeros autores favoráveis à inclusão, deixam transparecer em suas pesquisas as barreiras existentes entre o que se pressupõe politicamente correto e aquilo que se pode concretizar com sucesso. 7- Podemos adiantar que as pessoas com deficiência não se adaptariam no Ensino Comum uma vez que lá não encontrariam um ambiente favorável à suas necessidades e aspirações e certamente optariam por ficar em casa segregados como foram no passado. 8 – Transporte escolar não adaptado e que dificultaria a ida dos alunos com deficiência para escola sem contar que muitos deles precisam de acompanhantes, cadeiras de roda, andadores, muletas e no transporte coletivo existente seria totalmente inviável. O conceito de autonomia delegado aos educandos opõe-se à inclusão de pessoas especiais que necessitam de apoios e recursos, inclusive físicos, para concretizar seus processos de aprendizagem. 9 - Uma perspectiva ilusória de igualdade, por si só é excludente. É neste contexto que o professor sobrevive pressionado a reciclar seus saberes, adequando-os a uma visão limitada por embates políticos, que impõem seu olhar a partir de interesses próprios, sem diagnóstico prévio das condições das escolas públicas ou do atendimento já ofertado ao educando especial, nega as diferenças inerentes ao ser humano. Soluções viáveis. Sugestões do grupo. 1- Transformar as Escolas Especiais em Escolas Públicas com os mesmos direitos e deveres, podendo ser firmado parcerias no sentido de que o ingresso do aluno no Ensino Comum aconteça de forma tranqüila, ou seja, quando o aluno vencer suas dificuldades e as escolas estiverem adaptadas para recebê-lo, este, terá condições de acompanhar sua aprendizagem sem dificuldades. 2 - Já existe uma proposta de Inclusão educacional que está dando certo . Experiências particulares sobre a pessoa com necessidades especiais, caracterizada em uma abordagem qualitativa, que entende a lógica de seu mundo e as articulações imprescindíveis para que ocorra o seu desenvolvimento e amadurecimento afetivo e intelectual, e principalmente situações favoráveis em que tanto o aluno especial quanto o aluno do Ensino Comum possam interagir de forma tranqüila e natural. 3 - Aprofundar o conhecimento sobre o trabalho das Escolas Especiais e suas diretrizes, posicionamento, ações acadêmicas desenvolvidas, seu corpo discente e docente, seria um resgate de sua posição como um local, como qualquer outro, de troca de vivências, idéias e informações, desvelando seu papel de agregadora social, aproximando os discursos teóricos inflamados da realidade existencial de pessoas com necessidades especiais. Escolas participantes deste debate. Departamento Municipal de Educação de Marmeleiro. CNPJ: 76 205 675 /0001-01 Escola Municipal São Judas Tadeu- Educação Infantil e Ensino Fundamental. CNPJ: 01.044.258/0001-52 Escola Municipal Padre Afonso _ Educação Infantil e Ensino Fundamental. CNPJ: 00 854 982/0001-89. Escola Municipal Perseverança - Educação Infantil e Ensino Fundamental. CNPJ: 01 317 913 /0001-07 Escola Municipal Dom Pedro I - Educação Infantil e Ensino Fundamental. CNPJ: 00286 790/0001-13 Colégio Estadual Telmo Octávio Muller - Ensino Fundamental e Médio. CNPJ: 77.594.638/0001 - 22 Colégio Estadual de Marmeleiro - Ensino Fundamental e Médio. CNPJ: 01 215 030 /0001-13 Paulo Henrique Schawaln - RG: 40362274 Presidente do Conselho Municipal de Educação José Ivanir Pilatti - RG: 1924911 Vereador. Lides Maria Baldissera Responsável pela redação.
Fonte:
http://marmeleiro.apaepr.org.br/?mod=noticias&id=7964
Fonte:
http://marmeleiro.apaepr.org.br/?mod=noticias&id=7964
Processo de Inclusão dos Portadores de Síndrome de Down
Autora: Ana Patrícia Beltrão Bastos
Introdução
A aprovação da Lei de Diretrizes Educacionais - LDB (Lei 9394/96) estabeleceu, entre outros princípios, o de "igualdade e condições para o acesso e permanência na escola" e adotou nova modalidade de educação para "educandos com necessidades especiais." Desde então, a temática da Inclusão vem rendendo, tanto no meio acadêmico quanto na própria sociedade, novas e acaloradas discussões embora, ainda, carregue consigo sentidos distorcidos.
De acordo com uma pesquisa realizada em 1999 pela Federação das Associações de Síndrome de Down, a única realizada no Brasil até o momento, "quase 80% das pessoas com síndrome de down freqüentavam a escola no momento da pesquisa. Quanto à natureza dos estabelecimentos de ensino mais freqüentados: 30% dos estudantes freqüentam escolas especiais públicas e 24% estão em escolas especiais privadas. Observa-se pois, que mais da metade dessas pessoas estão em escolas especiais, o que não coaduna com a tendência mundial para educação inclusiva."
Na efervescência das discussões a respeito da Inclusão, tais dados são reveladores e ganham ainda mais importância neste momento de afirmação das práticas e teorias que a fundamentam. Falar desta para portadores da síndrome de down significa entender que seu grau de desenvolvimento e socialização pode ser bastante satisfatório quando os mesmos passam a ser vistos como indivíduos capazes de fazer parte de um mundo designado para habilidosos e competentes.
O portador da síndrome de down é capaz de compreender suas limitações e conviver com suas dificuldades, "73% deles tem autonomia para tomar iniciativas, não precisando que os pais digam a todo momento o que deve ser feito." (p12). Isso demonstra a necessidade/possibilidade desses indivíduos de participar e interferir com certa autonomia em um mundo onde "normais" e deficientes são semelhantes em suas inúmeras diferenças.
Como se sabe, o referencial de pessoas que vivem segregadas acarreta o desenvolvimento de sentimentos preconceituosos, aumentando a visão de mundo estereotipado. Neste contexto, a escola especial priva esses indivíduos de expandir suas relações sociais e impede que seus esforços intelectuais cresçam. O portador da síndrome de down, e todo aquele com necessidades especiais, precisa antes de mais nada pertencer à sociedade, ser parte integrante e respeitado em suas limitações e alcances.
Por outro lado, "...atualmente, no ensino regular, a criança deve adequar-se à estrutura da escola para ser integrada com sucesso. O correto seria mudar o sistema, mas não a criança. No ensino inclusivo, a estrutura escolar é que se deve ajustar às necessidades de todos os alunos, favorecendo a integração e o desenvolvimento de todos, tenham NEE ou não" (Schwartzman, p253)
O Problema
Mas como mudar o sistema sem propor uma mudança nos seus componentes?
Primeiramente, há de se entender que fatores internos à estrutura escolar, tais como a organização (administrativa e disciplinar), o currículo, os métodos e os recursos humanos e materiais da escola são determinantes para a inclusão desses alunos com deficiência.
Contudo, a figura do professor neste contexto é ainda mais relevante, uma vez que este é desenvolvedor das ações mais diretas no processo de inclusão, quais sejam, lidar com as diferenças e preconceitos por parte de pais e alunos; com as expectativas e possíveis frustrações dos familiares portadores da síndrome; com as limitações e alcances dos próprios portadores, dentre outras.
Neste novo paradigma, onde se verifica o surgimento de novas e maiores responsabilidades, parece clara a necessidade de uma formação mais eclética para o professor, que inclua conhecimentos teóricos específicos com fundamentos médicos, psicológicos, pedagógicos e sociológicos.
Pois bem, exatamente com a intenção de averiguar a qualificação do professor no tocante a esses diversos conhecimentos, desenvolveu-se uma Pesquisa de campo, cujo modelo está inspirado num estudo de caso - uma escola pública do ensino regular de Brasília, pioneira no processo de inclusão.
Metodologia
Para efetivação do estudo, foram elaborados questionários dirigidos para professores, diretores e especialistas que trabalham diretamente com alunos Portadores da Síndrome de Down e que fazem parte do processo de inclusão. Os resultados foram, então, analisados com base em fundamentação teórica para, mais tarde, respaldar proposições de mudança que pudessem interferir positivamente no quadro encontrado.
Análise e Proposição
Os questionamentos trouxeram informações importantes e por vezes reveladoras para compreensão de tantas dificuldades e alguns sucessos.
O professor que trabalha no processo de inclusão, não raro, direciona suas ações em sala de aula por meio de uma vontade enorme de acertar, busca soluções por meios abstratos e que transcendem alguns limites, é um batalhador que sonha com as transformações.
As carências no tocante a expansão de seu conhecimentos teóricos são muitas, mas ainda sim, consegue lidar com questões como identificação de limites e alcances cognitivos, motores e afetivos, ainda que para conhecer as dificuldades dos processos de ensino/aprendizagem das pessoas com síndrome de down, necessitamos da ciência médica, psicológica, sociológica e pedagógica.
O estudo revelou haver lacunas entre os ideais propostos e a prática existente nas escolas, é preciso que para além dos ideais proclamados e das garantias legais, se conheça o mais profundamente possível as condições reais de nossa educação escolar. A partir daí torna-se possível identificar e dimensionar os principais ponto da mudança necessária para o alcance da qualidade que se espera da educação escolar.
Os conhecimentos teóricos trazem contribuições importantes e permitem ao professor fundamentar suas ações. A ausência destes conhecimentos limita as mudanças, restringindo também os papéis que a criança portadora da síndrome pode representar tanto na escola como na sociedade.
Como diria a Professora Doutora Leny Magalhães Mrech da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo "...é preciso fornecer aos professores de classe comum informações apropriadas a respeito das dificuldades da criança, dos seus processos de aprendizagem, do seu desenvolvimento social e individual..."
O professor precisa estar consciente de sua importância e da função que desempenha perante este momento tão importante. Como se vê, é na relação concreta entre o educando e o professor que se localizam os elementos que possibilitam decisões educacionais mais acertadas, e não somente no aluno ou na escola. O sentido especial da educação consiste no amor e no respeito ao outro, que são as atitudes mediadoras da competência ou da sua busca para melhor favorecer o crescimento e desenvolvimento do outro.
Outro dado importante é o conhecimento de uma abordagem holística, no sentido de integração e revelação do contexto de vida do portador da síndrome. A relação com seus pais pode revelar expectativas e/ou frustrações, com irmãos pode determinar sentimentos positivos como grande afetividade ou negativos como vergonha, e amigos, que pode trazer informações sobre preconceitos e conquistas de espaço.
Ter acesso aos outros profissionais, como fonoaudiólogos e fisioterapeutas envolvidos no desenvolvimento deste indivíduo, podem também trazer contribuições significativas para as ações do professor em sala de aula.
Em que pese os esforços da instituição objeto da Pesquisa e, até mesmo, pessoais dos entrevistados, a análise da Pesquisa revela, entre os profissionais envolvidos com o processo de inclusão do portador da SD, por vezes alguma desinformação, outras vezes a informação distorcida.
Tal constatação aponta, necessariamente, para um melhor planejamento da formação dos recursos humanos, entende-se profissionais envolvidos, com vistas a criar uma cultura de base a respeito da Síndrome e outros tipos de deficiência e, também, dos referenciais teóricos tocantes à inclusão, que permita, uma vez combinada organizadamente com o conhecimento e a experiência prática desses educadores, alcançar novos patamares de qualidade no decorrer do processo de inclusão.
A evolução do processo torna-se mais evidente e significativa na medida em que o profissional toma posse dos conhecimentos, sente-se mais seguro e confiante para compreender os limites individuais, independente até das necessidades especiais que os alunos possam apresentar, e consegue explorar as pontecialidades que os mesmos certamente possuem.
Outras Proposições
Após toda a explanação feita sobre o processo de inclusão, que se fixou numa preocupação quanto a formação dos profissionais ligados diretamente com o indivíduo incluso pode-se observar necessidades de trabalhar outros elementos que não foram contemplados na pesquisa e que agora serão mencionados junto a uma proposta de intervenção com sentido de agregar sugestões que visam melhorar as condições de adequação do Portador da Síndrome de Down em escolas do ensino regular.
Família do Portador da Síndrome de Down
Após a (in)formação dos professores, o passo seguinte, é realizar uma entrevista com a família e com o aluno para conhecer melhor a sua convivência familiar e social, suas dificuldades, potencialidades e quais as expectativas com relação a Escola.
Nesse momento deve ser esclarecido sobre a necessidade do comprometimento da família em acompanhar o aluno de forma sistemática em reuniões individuais e coletivas sempre que houver necessidade. Deve ser esclarecida, também, a proposta pedagógica da Escola, desde as regras coletivas até o processo de avaliação. Deve-se colocar, por exemplo, que a sala onde o aluno frequentará as aulas dependerá de análise realizada pela equipe pedagógica em articulação com os professores, levando em consideração, entre outros fatores, a sua idade cronológica.
É preciso que a família sinta-se confortável, segura, confiante e realista diante das novas possibilidades que surgem diante da inclusão.
Família dos Não Portadores da Síndrome de Down
Dentro das proposições, o próximo passo sugere abordar, adicionalmente, a família dos demais alunos como forma, inclusive, de sedimentar uma "primeira ponte" com as crianças que serão colegas de turma do portador da síndrome. A idéia é que sejam promovidos encontros, seminários e palestras que visam gerar uma consciência crítica e cooperativa de todos envolvidos no cotidiano escolar, criar uma nova mentalidade junto aos alunos, educadores e pais de alunos, de modo a garantir o desenvolvimento de todos os alunos, portadores ou não, numa escola de qualidade.
O objetivo é lançar mão de novas (e antigas) proposições de conscientização das desigualdades sociais e culturais, que auxiliem a resgatar a verdadeira função social da escola e democratizá-la em todos os níveis, tornando-a um agente de reformulação dos princípios de ação individual e competitiva para uma articulação de ações solidárias e cooperativas. Enfim, o sentido é socializar os bons resultados para fortalecimento de todos envolvidos.
Colegas de Turma
O próximo passo, não menos importante, é preparar a turma para receber o aluno. Antes do aluno chegar a turma deve ser esclarecida a respeito de sua deficiência e como todos podem se ajudar mutuamente. É de extrema importância criar um clima de expectativas positivas com relação as possibilidades de aprendizagem do aluno e agrupar os alunos desde o primeiro dia de aula.
Ainda que as necessidades específicas de cada aluno possam redundar em adaptações necessárias das atividades realizadas em sala de aula, o mais importante é torná-los cientes da diversidade mas, também, das possibilidades de crescimento individual e coletivo em razão dessas diferenças.
Portadores da Síndrome
Finalmente, o último passo, com todo este aparato de informações oferecido a todos os intervenientes do processo de inclusão, cercar o portador de toda a atenção para que lhe seja permitido, segundo suas próprias possibilidades, desenvolver-se continuamente, tornando-o capaz, inclusive e quando possível, de discernir a respeito de sua condição especial sem, contudo, associá-la a um parâmetro inferior.
Considerações Finais
É na convivência com outros e com o meio ambiente que as necessidades de qualquer ser humano se apresentam. Em razão disso, é importante questionar os critérios que têm sido utilizados para distinguir as necessidades especiais das necessidades comuns e vice-versa, em particular no contexto escolar. Sabemos, de há muito, que o homem se distingue de tudo o mais no mundo pela palavra e pela ação. E, como nos ensina Hannah Arendt, "esta inserção no mundo humano, por palavras e atos, é como um segundo nascimento, no qual confirmamos e assumimos o fato original e singular do nosso aparecimento físico original". É fundamental, pois, a compreensão de que a inclusão e integração de qualquer cidadão, com necessidades especiais ou não, são condicionadas pelo seu contexto de vida, ou seja, dependem das condições sociais, econômicas e culturais da família, da escola e da sociedade. Dependem, pois, da ação de cada um e de todos nós.
Para maiores discussões:
E mail: belanap@icqmail.com
Referências Bibliográficas:
- Federação das associações de Síndrome de Down
Perfil das percepções sobre pessoas com Síndrome de Down e do seu atendimento: Aspectos Qualitativos e Quantitativos (relatório resumido) Brasília, 1999
- Síndrome de Down, José Salomão Schwartznan, São Paulo: Mackenzie: Memnon, 1999
Ana Patrícia Beltrão Bastos Pedagoga e mestranda pela Universidade Portucalense Infante D. Henrique, no Brasil
Fonte:
http://www.profala.com/artsindrome8.htm
Introdução
A aprovação da Lei de Diretrizes Educacionais - LDB (Lei 9394/96) estabeleceu, entre outros princípios, o de "igualdade e condições para o acesso e permanência na escola" e adotou nova modalidade de educação para "educandos com necessidades especiais." Desde então, a temática da Inclusão vem rendendo, tanto no meio acadêmico quanto na própria sociedade, novas e acaloradas discussões embora, ainda, carregue consigo sentidos distorcidos.
De acordo com uma pesquisa realizada em 1999 pela Federação das Associações de Síndrome de Down, a única realizada no Brasil até o momento, "quase 80% das pessoas com síndrome de down freqüentavam a escola no momento da pesquisa. Quanto à natureza dos estabelecimentos de ensino mais freqüentados: 30% dos estudantes freqüentam escolas especiais públicas e 24% estão em escolas especiais privadas. Observa-se pois, que mais da metade dessas pessoas estão em escolas especiais, o que não coaduna com a tendência mundial para educação inclusiva."
Na efervescência das discussões a respeito da Inclusão, tais dados são reveladores e ganham ainda mais importância neste momento de afirmação das práticas e teorias que a fundamentam. Falar desta para portadores da síndrome de down significa entender que seu grau de desenvolvimento e socialização pode ser bastante satisfatório quando os mesmos passam a ser vistos como indivíduos capazes de fazer parte de um mundo designado para habilidosos e competentes.
O portador da síndrome de down é capaz de compreender suas limitações e conviver com suas dificuldades, "73% deles tem autonomia para tomar iniciativas, não precisando que os pais digam a todo momento o que deve ser feito." (p12). Isso demonstra a necessidade/possibilidade desses indivíduos de participar e interferir com certa autonomia em um mundo onde "normais" e deficientes são semelhantes em suas inúmeras diferenças.
Como se sabe, o referencial de pessoas que vivem segregadas acarreta o desenvolvimento de sentimentos preconceituosos, aumentando a visão de mundo estereotipado. Neste contexto, a escola especial priva esses indivíduos de expandir suas relações sociais e impede que seus esforços intelectuais cresçam. O portador da síndrome de down, e todo aquele com necessidades especiais, precisa antes de mais nada pertencer à sociedade, ser parte integrante e respeitado em suas limitações e alcances.
Por outro lado, "...atualmente, no ensino regular, a criança deve adequar-se à estrutura da escola para ser integrada com sucesso. O correto seria mudar o sistema, mas não a criança. No ensino inclusivo, a estrutura escolar é que se deve ajustar às necessidades de todos os alunos, favorecendo a integração e o desenvolvimento de todos, tenham NEE ou não" (Schwartzman, p253)
O Problema
Mas como mudar o sistema sem propor uma mudança nos seus componentes?
Primeiramente, há de se entender que fatores internos à estrutura escolar, tais como a organização (administrativa e disciplinar), o currículo, os métodos e os recursos humanos e materiais da escola são determinantes para a inclusão desses alunos com deficiência.
Contudo, a figura do professor neste contexto é ainda mais relevante, uma vez que este é desenvolvedor das ações mais diretas no processo de inclusão, quais sejam, lidar com as diferenças e preconceitos por parte de pais e alunos; com as expectativas e possíveis frustrações dos familiares portadores da síndrome; com as limitações e alcances dos próprios portadores, dentre outras.
Neste novo paradigma, onde se verifica o surgimento de novas e maiores responsabilidades, parece clara a necessidade de uma formação mais eclética para o professor, que inclua conhecimentos teóricos específicos com fundamentos médicos, psicológicos, pedagógicos e sociológicos.
Pois bem, exatamente com a intenção de averiguar a qualificação do professor no tocante a esses diversos conhecimentos, desenvolveu-se uma Pesquisa de campo, cujo modelo está inspirado num estudo de caso - uma escola pública do ensino regular de Brasília, pioneira no processo de inclusão.
Metodologia
Para efetivação do estudo, foram elaborados questionários dirigidos para professores, diretores e especialistas que trabalham diretamente com alunos Portadores da Síndrome de Down e que fazem parte do processo de inclusão. Os resultados foram, então, analisados com base em fundamentação teórica para, mais tarde, respaldar proposições de mudança que pudessem interferir positivamente no quadro encontrado.
Análise e Proposição
Os questionamentos trouxeram informações importantes e por vezes reveladoras para compreensão de tantas dificuldades e alguns sucessos.
O professor que trabalha no processo de inclusão, não raro, direciona suas ações em sala de aula por meio de uma vontade enorme de acertar, busca soluções por meios abstratos e que transcendem alguns limites, é um batalhador que sonha com as transformações.
As carências no tocante a expansão de seu conhecimentos teóricos são muitas, mas ainda sim, consegue lidar com questões como identificação de limites e alcances cognitivos, motores e afetivos, ainda que para conhecer as dificuldades dos processos de ensino/aprendizagem das pessoas com síndrome de down, necessitamos da ciência médica, psicológica, sociológica e pedagógica.
O estudo revelou haver lacunas entre os ideais propostos e a prática existente nas escolas, é preciso que para além dos ideais proclamados e das garantias legais, se conheça o mais profundamente possível as condições reais de nossa educação escolar. A partir daí torna-se possível identificar e dimensionar os principais ponto da mudança necessária para o alcance da qualidade que se espera da educação escolar.
Os conhecimentos teóricos trazem contribuições importantes e permitem ao professor fundamentar suas ações. A ausência destes conhecimentos limita as mudanças, restringindo também os papéis que a criança portadora da síndrome pode representar tanto na escola como na sociedade.
Como diria a Professora Doutora Leny Magalhães Mrech da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo "...é preciso fornecer aos professores de classe comum informações apropriadas a respeito das dificuldades da criança, dos seus processos de aprendizagem, do seu desenvolvimento social e individual..."
O professor precisa estar consciente de sua importância e da função que desempenha perante este momento tão importante. Como se vê, é na relação concreta entre o educando e o professor que se localizam os elementos que possibilitam decisões educacionais mais acertadas, e não somente no aluno ou na escola. O sentido especial da educação consiste no amor e no respeito ao outro, que são as atitudes mediadoras da competência ou da sua busca para melhor favorecer o crescimento e desenvolvimento do outro.
Outro dado importante é o conhecimento de uma abordagem holística, no sentido de integração e revelação do contexto de vida do portador da síndrome. A relação com seus pais pode revelar expectativas e/ou frustrações, com irmãos pode determinar sentimentos positivos como grande afetividade ou negativos como vergonha, e amigos, que pode trazer informações sobre preconceitos e conquistas de espaço.
Ter acesso aos outros profissionais, como fonoaudiólogos e fisioterapeutas envolvidos no desenvolvimento deste indivíduo, podem também trazer contribuições significativas para as ações do professor em sala de aula.
Em que pese os esforços da instituição objeto da Pesquisa e, até mesmo, pessoais dos entrevistados, a análise da Pesquisa revela, entre os profissionais envolvidos com o processo de inclusão do portador da SD, por vezes alguma desinformação, outras vezes a informação distorcida.
Tal constatação aponta, necessariamente, para um melhor planejamento da formação dos recursos humanos, entende-se profissionais envolvidos, com vistas a criar uma cultura de base a respeito da Síndrome e outros tipos de deficiência e, também, dos referenciais teóricos tocantes à inclusão, que permita, uma vez combinada organizadamente com o conhecimento e a experiência prática desses educadores, alcançar novos patamares de qualidade no decorrer do processo de inclusão.
A evolução do processo torna-se mais evidente e significativa na medida em que o profissional toma posse dos conhecimentos, sente-se mais seguro e confiante para compreender os limites individuais, independente até das necessidades especiais que os alunos possam apresentar, e consegue explorar as pontecialidades que os mesmos certamente possuem.
Outras Proposições
Após toda a explanação feita sobre o processo de inclusão, que se fixou numa preocupação quanto a formação dos profissionais ligados diretamente com o indivíduo incluso pode-se observar necessidades de trabalhar outros elementos que não foram contemplados na pesquisa e que agora serão mencionados junto a uma proposta de intervenção com sentido de agregar sugestões que visam melhorar as condições de adequação do Portador da Síndrome de Down em escolas do ensino regular.
Família do Portador da Síndrome de Down
Após a (in)formação dos professores, o passo seguinte, é realizar uma entrevista com a família e com o aluno para conhecer melhor a sua convivência familiar e social, suas dificuldades, potencialidades e quais as expectativas com relação a Escola.
Nesse momento deve ser esclarecido sobre a necessidade do comprometimento da família em acompanhar o aluno de forma sistemática em reuniões individuais e coletivas sempre que houver necessidade. Deve ser esclarecida, também, a proposta pedagógica da Escola, desde as regras coletivas até o processo de avaliação. Deve-se colocar, por exemplo, que a sala onde o aluno frequentará as aulas dependerá de análise realizada pela equipe pedagógica em articulação com os professores, levando em consideração, entre outros fatores, a sua idade cronológica.
É preciso que a família sinta-se confortável, segura, confiante e realista diante das novas possibilidades que surgem diante da inclusão.
Família dos Não Portadores da Síndrome de Down
Dentro das proposições, o próximo passo sugere abordar, adicionalmente, a família dos demais alunos como forma, inclusive, de sedimentar uma "primeira ponte" com as crianças que serão colegas de turma do portador da síndrome. A idéia é que sejam promovidos encontros, seminários e palestras que visam gerar uma consciência crítica e cooperativa de todos envolvidos no cotidiano escolar, criar uma nova mentalidade junto aos alunos, educadores e pais de alunos, de modo a garantir o desenvolvimento de todos os alunos, portadores ou não, numa escola de qualidade.
O objetivo é lançar mão de novas (e antigas) proposições de conscientização das desigualdades sociais e culturais, que auxiliem a resgatar a verdadeira função social da escola e democratizá-la em todos os níveis, tornando-a um agente de reformulação dos princípios de ação individual e competitiva para uma articulação de ações solidárias e cooperativas. Enfim, o sentido é socializar os bons resultados para fortalecimento de todos envolvidos.
Colegas de Turma
O próximo passo, não menos importante, é preparar a turma para receber o aluno. Antes do aluno chegar a turma deve ser esclarecida a respeito de sua deficiência e como todos podem se ajudar mutuamente. É de extrema importância criar um clima de expectativas positivas com relação as possibilidades de aprendizagem do aluno e agrupar os alunos desde o primeiro dia de aula.
Ainda que as necessidades específicas de cada aluno possam redundar em adaptações necessárias das atividades realizadas em sala de aula, o mais importante é torná-los cientes da diversidade mas, também, das possibilidades de crescimento individual e coletivo em razão dessas diferenças.
Portadores da Síndrome
Finalmente, o último passo, com todo este aparato de informações oferecido a todos os intervenientes do processo de inclusão, cercar o portador de toda a atenção para que lhe seja permitido, segundo suas próprias possibilidades, desenvolver-se continuamente, tornando-o capaz, inclusive e quando possível, de discernir a respeito de sua condição especial sem, contudo, associá-la a um parâmetro inferior.
Considerações Finais
É na convivência com outros e com o meio ambiente que as necessidades de qualquer ser humano se apresentam. Em razão disso, é importante questionar os critérios que têm sido utilizados para distinguir as necessidades especiais das necessidades comuns e vice-versa, em particular no contexto escolar. Sabemos, de há muito, que o homem se distingue de tudo o mais no mundo pela palavra e pela ação. E, como nos ensina Hannah Arendt, "esta inserção no mundo humano, por palavras e atos, é como um segundo nascimento, no qual confirmamos e assumimos o fato original e singular do nosso aparecimento físico original". É fundamental, pois, a compreensão de que a inclusão e integração de qualquer cidadão, com necessidades especiais ou não, são condicionadas pelo seu contexto de vida, ou seja, dependem das condições sociais, econômicas e culturais da família, da escola e da sociedade. Dependem, pois, da ação de cada um e de todos nós.
Para maiores discussões:
E mail: belanap@icqmail.com
Referências Bibliográficas:
- Federação das associações de Síndrome de Down
Perfil das percepções sobre pessoas com Síndrome de Down e do seu atendimento: Aspectos Qualitativos e Quantitativos (relatório resumido) Brasília, 1999
- Síndrome de Down, José Salomão Schwartznan, São Paulo: Mackenzie: Memnon, 1999
Ana Patrícia Beltrão Bastos Pedagoga e mestranda pela Universidade Portucalense Infante D. Henrique, no Brasil
Fonte:
http://www.profala.com/artsindrome8.htm
INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR: discursos e representações sobre alunos com necessidades especiais nas IES comunitárias do Rio Grande do Sul
Angelina Menezes Goecks 1, 2
Adriana da Silva Thoma 1, 3
(1. Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC/PROGRUPE; 2. Bolsista PUIC-UNISC/PROGRUPE; 3. Coordenadora da pesquisa)
INTRODUÇÃO:
A Educação Inclusiva tem sido tema de reflexão e ansiedade para educadores e educadoras em todos os níveis de ensino, pois pressupõe mudanças textuais/legais, simbólicas (curriculares, avaliativas etc), de representações sobre os sujeitos a serem incluídos e das identidades de todos os envolvidos no processo. Percebemos também que entre as principais questões que se apresentam diante da inclusão de sujeitos com as chamadas necessidades especiais em todos os níveis de ensino está o problema da formação docente e dos discursos e representações sociais sobre aqueles a serem incluídos. Diante disso, desenvolvemos uma pesquisa que tem como tema a inclusão no ensino superior, tendo como objeto de análise os discursos e representações sobre as alteridades deficientes em Instituições de Ensino Superior (IESs), pois é crescente o número de alunos nomeados “com necessidades especiais” que concluem o ensino fundamental e médio e chegam ao ensino superior, exigindo que sejam tomadas providências para sua efetica participação e acessibilidade, sob pena de entrarmos em um processo que muito bem poderíamos caracterizar como “inclusão excludente”, onde alunos e alunas entram pela porta da frente (via vestibular ou outros processos seletivos), mas de dentro há pouco ou nada a se oferecer.
METODOLOGIA:
Para viabilizar a pesquisa, durante o ano de 2004 e 2005 foi realizada a coleta de informações através de questionários e entrevistas semi-estruturadas com docentes e técnicos-administrativos das universidades do COMUNG (Consórcio das Universidades Gaúchas: UNISC, UNICRUZ, UNIJUI, UPF, UCS, URCAMP, UCPel, URI, Centro Universitário FEEVALLE e UNIVATES) que tenham ou já tenham tido alunos com necessidades especiais em suas disciplinas e/ou cursos, tendo como objetivo mapear os acadêmicos em situação de inclusão, bem como analisar e problematizar as representações e discursos sobre os sujeitos incluídos, seus direitos, suas demandas e sua presença nessas instituições. Trata-se, portanto, de um estudo qualitativo, mas que também faz uso de estratégias quantitativas, a fim de oferecer um panorama da situação dessas IESs quanto ao número de acadêmicos com necessidades especiais ingressantes, as estratégias utilizadas para garantir sua efetiva participação e acesso ao ensino superior – do processo seletivo à permanência e conclusão acadêmica. A base teórica e metodológica do estudo encontra-se nos Estudos Culturais (com os entendimentos de cultura, representação e outros) e no pensamento de Michel Foucault (com os entendimentos de discurso, poder e resistência).
RESULTADOS:
Os resultados mostram que as instituições investigadas estão se estruturando para atender estes alunos conforme as demandas que vão aparecendo, porém os discursos que aparecem nas falas destes profissionais apontam para uma cristalização das representações clínicas que narram esses sujeitos como anormais, incompletos, que devem ser corrigidos e normalizados.
CONCLUSÕES:
Na contemporaneidade já não se questiona se a escola, em seus diferentes níveis de ensino, da Educação Infantil ao Ensino Superior, deve ou não aceitar a matrícula de todos os alunos e alunas, pois esse é um direito constitucional garantido. Porém, as instituições de ensino e os docentes necessitam, para além de uma postura política de aceitação das diferenças, conhecimentos técnicos para saber trabalhar com aquelas relacionadas às necessidades educacionais especiais decorrentes de problemas de aprendizagem, de deficiências mentais, físicas ou sensoriais, de altas habilidades, de síndromes, condutas típicas ou outras. Como contribuição, defendemos que essas condições devem deixar de ser vistas pelos simples entendimentos biológicos e passando a ser problematizadas epistemologicamente. Isso significa inverter aquilo que foi construído como norma, como regime de verdade e como problema habitual, ou seja, significa compreender os discursos e as representações sobre os sujeitos com necessidades especiais como sendo constituídos pelos processos sociais, históricos, econômicos e culturais que regulam e controlam a forma acerca de como são pensados e inventados os corpos e as mentes de cada um.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave: Inclusão; Ensino Superior; Edcucação Especial.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006
Fonte
http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/JNIC/RESUMOS/resumo_1490.html
Adriana da Silva Thoma 1, 3
(1. Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC/PROGRUPE; 2. Bolsista PUIC-UNISC/PROGRUPE; 3. Coordenadora da pesquisa)
INTRODUÇÃO:
A Educação Inclusiva tem sido tema de reflexão e ansiedade para educadores e educadoras em todos os níveis de ensino, pois pressupõe mudanças textuais/legais, simbólicas (curriculares, avaliativas etc), de representações sobre os sujeitos a serem incluídos e das identidades de todos os envolvidos no processo. Percebemos também que entre as principais questões que se apresentam diante da inclusão de sujeitos com as chamadas necessidades especiais em todos os níveis de ensino está o problema da formação docente e dos discursos e representações sociais sobre aqueles a serem incluídos. Diante disso, desenvolvemos uma pesquisa que tem como tema a inclusão no ensino superior, tendo como objeto de análise os discursos e representações sobre as alteridades deficientes em Instituições de Ensino Superior (IESs), pois é crescente o número de alunos nomeados “com necessidades especiais” que concluem o ensino fundamental e médio e chegam ao ensino superior, exigindo que sejam tomadas providências para sua efetica participação e acessibilidade, sob pena de entrarmos em um processo que muito bem poderíamos caracterizar como “inclusão excludente”, onde alunos e alunas entram pela porta da frente (via vestibular ou outros processos seletivos), mas de dentro há pouco ou nada a se oferecer.
METODOLOGIA:
Para viabilizar a pesquisa, durante o ano de 2004 e 2005 foi realizada a coleta de informações através de questionários e entrevistas semi-estruturadas com docentes e técnicos-administrativos das universidades do COMUNG (Consórcio das Universidades Gaúchas: UNISC, UNICRUZ, UNIJUI, UPF, UCS, URCAMP, UCPel, URI, Centro Universitário FEEVALLE e UNIVATES) que tenham ou já tenham tido alunos com necessidades especiais em suas disciplinas e/ou cursos, tendo como objetivo mapear os acadêmicos em situação de inclusão, bem como analisar e problematizar as representações e discursos sobre os sujeitos incluídos, seus direitos, suas demandas e sua presença nessas instituições. Trata-se, portanto, de um estudo qualitativo, mas que também faz uso de estratégias quantitativas, a fim de oferecer um panorama da situação dessas IESs quanto ao número de acadêmicos com necessidades especiais ingressantes, as estratégias utilizadas para garantir sua efetiva participação e acesso ao ensino superior – do processo seletivo à permanência e conclusão acadêmica. A base teórica e metodológica do estudo encontra-se nos Estudos Culturais (com os entendimentos de cultura, representação e outros) e no pensamento de Michel Foucault (com os entendimentos de discurso, poder e resistência).
RESULTADOS:
Os resultados mostram que as instituições investigadas estão se estruturando para atender estes alunos conforme as demandas que vão aparecendo, porém os discursos que aparecem nas falas destes profissionais apontam para uma cristalização das representações clínicas que narram esses sujeitos como anormais, incompletos, que devem ser corrigidos e normalizados.
CONCLUSÕES:
Na contemporaneidade já não se questiona se a escola, em seus diferentes níveis de ensino, da Educação Infantil ao Ensino Superior, deve ou não aceitar a matrícula de todos os alunos e alunas, pois esse é um direito constitucional garantido. Porém, as instituições de ensino e os docentes necessitam, para além de uma postura política de aceitação das diferenças, conhecimentos técnicos para saber trabalhar com aquelas relacionadas às necessidades educacionais especiais decorrentes de problemas de aprendizagem, de deficiências mentais, físicas ou sensoriais, de altas habilidades, de síndromes, condutas típicas ou outras. Como contribuição, defendemos que essas condições devem deixar de ser vistas pelos simples entendimentos biológicos e passando a ser problematizadas epistemologicamente. Isso significa inverter aquilo que foi construído como norma, como regime de verdade e como problema habitual, ou seja, significa compreender os discursos e as representações sobre os sujeitos com necessidades especiais como sendo constituídos pelos processos sociais, históricos, econômicos e culturais que regulam e controlam a forma acerca de como são pensados e inventados os corpos e as mentes de cada um.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave: Inclusão; Ensino Superior; Edcucação Especial.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006
Fonte
http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/JNIC/RESUMOS/resumo_1490.html
Inclusão no ensino superior : itinerários de vida de acadêmicos com necessidade educionais especiais
Momberger, Moana MeinhardtLocation: http://hdl.handle.net/10183/13091000639061
A presente pesquisa teve como principal objetivo compreender como os sujeitos com necessidades educacionais especiais veem e percebem os movimentos em prol da educação inclusiva, bem como identificar quais suas perspectivas com relação à inclusão, explorando, ainda, os processos inclusivos no Ensino Superior. Para tanto, utilizou-se como estratégia metodológica a análise dos itinerários de vida de três acadêmicos com necessidades educacionais especiais. A escolha desses sujeitos se deu devido ao fato de possibilitarem a análise das práticas de inclusão tanto na educação básica quanto no contexto universitário. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os três sujeitos investigados e os dados coletados foram analisados a partir dos pressupostos da teoria sócio-histórica e dos estudos sobre defectologia de Vygotski. Considerando que não foram estabelecidas categorias de análise a priori, os dados coletados foram agrupados, num esforço que buscou identificar aspectos recorrentes, referenciados nas entrevistas que fossem ao encontro dos objetivos traçados para a pesquisa. Isto posto, foram elencadas as seguintes categorias: o reconhecimento dado pelos sujeitos às suas famílias; os entraves e avanços no fazer inclusivo; as contribuições dos sujeitos para a qualificação das práticas inclusivas em educação e a inclusão no ensino superior. Os três itinerários demonstram a superação do estereotipo de deficiente a partir do investimento nas interações sociais dos sujeitos. A partir da análise dos dados pôde-se observar ainda que o preconceito apresenta-se como um dos principais entraves ao fazer inclusivo, o que por sua vez origina-se da falta de conhecimento e contato com as pessoas com necessidades especiais. Da mesma forma, a inclusão no ensino superior mostrou-se como um tema que precisa ser incorporado à pauta de estudos e debates da sociedade e, principalmente das instituições universitárias. Por fim, cabe ressaltar que os sujeitos com necessidades especiais se mostram abertos ao debate e à construção de uma sociedade inclusiva e muito tem a nos dizer e a contribuir.Pertenece a: Repositório Digital da UFRGS
A presente pesquisa teve como principal objetivo compreender como os sujeitos com necessidades educacionais especiais veem e percebem os movimentos em prol da educação inclusiva, bem como identificar quais suas perspectivas com relação à inclusão, explorando, ainda, os processos inclusivos no Ensino Superior. Para tanto, utilizou-se como estratégia metodológica a análise dos itinerários de vida de três acadêmicos com necessidades educacionais especiais. A escolha desses sujeitos se deu devido ao fato de possibilitarem a análise das práticas de inclusão tanto na educação básica quanto no contexto universitário. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os três sujeitos investigados e os dados coletados foram analisados a partir dos pressupostos da teoria sócio-histórica e dos estudos sobre defectologia de Vygotski. Considerando que não foram estabelecidas categorias de análise a priori, os dados coletados foram agrupados, num esforço que buscou identificar aspectos recorrentes, referenciados nas entrevistas que fossem ao encontro dos objetivos traçados para a pesquisa. Isto posto, foram elencadas as seguintes categorias: o reconhecimento dado pelos sujeitos às suas famílias; os entraves e avanços no fazer inclusivo; as contribuições dos sujeitos para a qualificação das práticas inclusivas em educação e a inclusão no ensino superior. Os três itinerários demonstram a superação do estereotipo de deficiente a partir do investimento nas interações sociais dos sujeitos. A partir da análise dos dados pôde-se observar ainda que o preconceito apresenta-se como um dos principais entraves ao fazer inclusivo, o que por sua vez origina-se da falta de conhecimento e contato com as pessoas com necessidades especiais. Da mesma forma, a inclusão no ensino superior mostrou-se como um tema que precisa ser incorporado à pauta de estudos e debates da sociedade e, principalmente das instituições universitárias. Por fim, cabe ressaltar que os sujeitos com necessidades especiais se mostram abertos ao debate e à construção de uma sociedade inclusiva e muito tem a nos dizer e a contribuir.Pertenece a: Repositório Digital da UFRGS
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